A Federação dos Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) criticou a possível reintrodução da obrigatoriedade de visto para turistas dos Estados Unidos, Canadá e Austrália. O órgão acredita que a medida deve impactar negativamente o setor de turismo brasileiro.
O governo prevê implantar a exigência em 10 de abril, como uma resposta às tarifas impostas pelos EUA sob a Presidência de Donald Trump, que variam de 10% a 104%.
Essa mudança pode redirecionar turistas para países vizinhos que não exigem visto, como Colômbia, Chile e México. Desde 2019, os visitantes norte-americanos estão isentos de visto para entrar no Brasil, depois de decisão unilateral do governo de Jair Bolsonaro. No entanto, brasileiros ainda precisam do documento para entrar nos EUA.
A Fhoresp afirma que a isenção de visto tem beneficiado diversos setores, o que inclui o turismo, ao reduzir burocracia e tempo de espera. A possível exigência pode fazer o Brasil perder visitantes para nações sem essa restrição. A medida impacta negativamente a receita de hotéis, restaurantes e atividades de lazer.
Retaliação às tarifas prejudica turismo no Brasil

Edson Pinto, diretor-executivo da Fhoresp, enfatiza que a retaliação às tarifas impostas desde 2 de abril pode ser prejudicial e afastar turistas internacionais.
“Não de hoje, o Brasil é destino de longa distância para europeus, americanos e asiáticos”, disse Pinto. “Com esta obrigatoriedade de visto no Brasil, vamos perder visitantes para outros países.”
Se a medida for implementada, turistas dos EUA, do Canadá e da Austrália precisarão solicitar um visto on-line e pagar uma taxa de US$ 80,90, com permanência no Brasil limitada a 90 dias. Atualmente, o Brasil atrai cerca de 7 milhões de turistas por ano, número inferior ao de países como o México, que recebe 20 milhões.
A Fhoresp destaca que, enquanto o Brasil enfrenta desafios para aumentar seu fluxo turístico, destinos consolidados, como a França e os Estados Unidos recebem 100 milhões e 70 milhões de visitantes, respectivamente.
A organização critica a decisão do governo federal, ao afirmar que misturar questões tarifárias com exigência de visto é problemático. “O governo federal está misturando alhos com bugalhos”, afirmou Pinto. “Taxa com visto. Isso é catastrófico.”