O FBI, a Polícia Federal dos Estados Unidos, anunciou nesta quinta-feira, 16, que fechou o Escritório de Diversidade e Inclusão em dezembro do ano passado. A informação foi obtida com exclusividade pela Fox News.
“Nas últimas semanas, o FBI tomou medidas para fechar o Escritório de Diversidade e Inclusão (DEI) a partir de dezembro de 2024”, disse a instituição em comunicado.
Esse tipo de política vinha sendo alvo de críticas dos republicanos, que consideram injusta a priorização de questões relacionadas à diversidade, à equidade e à inclusão em detrimento do mérito e da capacidade dos funcionários.
No início de janeiro, por exemplo, a senadora Marsha Blackburn enviou uma carta ao diretor do FBI, Christopher Wray, em que alega que práticas “radicais” do DEI “colocaram em perigo” os norte-americanos depois do ataque terrorista em Nova Orleans no Ano-Novo.
“Estou profundamente preocupado que — sob sua liderança — o Bureau tenha priorizado iniciativas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) em detrimento de sua missão principal de proteger o povo norte-americano”, afirmou Marsha.
Depois do anúncio do fechamento do escritório, a senadora reagiu nas redes sociais. “A questão é: por que eles foram autorizados a se concentrar em DEI em primeiro lugar?”, escreveu. “O FBI deveria se concentrar em capturar criminosos, não em ganhar troféus de participação.”
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, também comentou o fim do DEI na Truth Social.
“Exigimos que o FBI preserve e retenha todos os registros, documentos e informações sobre o DEI Office, que está sendo fechado — nunca deveria ter sido aberto e, se foi, deveria ter fechado há muito tempo”, afirmou. “Por que eles estão fechando um dia antes da posse de uma nova administração? O motivo é CORRUPÇÃO!”
FBI tem diversidade como valor central
No site oficial do DEI, o escritório dizia estar “comprometido em cultivar uma força de trabalho diversa e inclusiva”. Em 2015, o FBI adicionou a diversidade como um dos valores centrais da organização.
A ex-agente especial do FBI Nicole Parker falou ao portal da Fox News sobre o caso. “Eu aprecio todas as formas de diversidade”, disse. “Não se engane. O que eu não aprecio é quando há uma pressão constante para a ‘armamentização’ da justiça social no FBI, cujas principais prioridades são proteger o povo norte-americano e defender a Constituição.”
Ela acrescentou que o diretor do FBI, Christopher Wray, deixou claro que as ameaças em todo o país e contra ele estão “em um nível mais alto de todos os tempos”.
“‘Luzes vermelhas piscando’, como ele declarou em depoimento ao Congresso”, acrescentou Nicole. “Não há tempo para clubes, grupos ou agendas sociais que desviam tempo, atenção e recursos da missão do FBI de proteger o povo norte-americano.”
“O DEI é uma distração perigosa”, prosseguiu. “Não tenho problema em celebrar o que você quiser em relação à sua herança, gênero ou religião. Mas isso deve ser feito no seu próprio tempo, e não com o dinheiro dos contribuintes dos Estados Unidos enquanto estiver no horário oficial do Bureau.”
A ex-agente relembrou ainda que há vários outros grupos importantes dentro do FBI que tratam de diversidade, como o Comitê Consultivo dos Índios Americanos e Nativos do Alasca, o Comitê Consultivo dos Asiáticos e Americanos do Pacífico, o Comitê de Diversidade de Assuntos Negros etc.
Wray, por sua vez, anunciou que planeja renunciar. Em comunicado, ele citou que Trump quer uma mudança na liderança da agência. O presidente eleito vai tomar posse nesta segunda-feira, 20.
O DEI do FBI foi criado em 2012, durante o governo Obama, e tinha o objetivo de fornecer “orientação e implementar programas que promovam um ambiente de trabalho diversificado e inclusivo que permita que todos os funcionários tenham sucesso e avancem”.