Tudo sobre TikTok
Sete famílias francesas acionaram a Justiça contra o TikTok por conteúdos que teriam levado jovens de 15 anos a tirarem a própria vida. A rede social é acusada de “danos diretos” à saúde das vítimas, segundo a agência Euronews.
A ação cita o design “viciante” do aplicativo e a falta de moderação de conteúdo, o que torna o produto “problemático”, de acordo com a advogada que representa o coletivo de famílias Algos Victima, Laure Boutron-Marmion.
“O TikTok hoje será levado diretamente ao tribunal francês e terá que responder com argumentos. Depois disso, é claro, cabe aos juízes resolverem”, disse ela. “Estou aproveitando os princípios essenciais da responsabilidade civil francesa.”
A defesa argumenta que conteúdos na plataforma promovem automutilação e suicídio entre crianças e adolescentes vulneráveis. Além disso, destaca que a versão do aplicativo na China, o Douyin, tem restrições para contas de menores e limite de tempo diário.
A mãe de uma das vítimas, Stéphanie Mistre, prestou queixa em setembro de 2023 contra o TikTok por “incitação ao suicídio”, “não prestar assistência a uma pessoa em perigo” e “propaganda ou publicidade de meios para cometer suicídio”, e aguarda uma decisão da Justiça.
O que diz a rede social
Em resposta à Euronews Next, o TikTok respondeu que os pais podem controlar e limitar o uso da plataforma por meio do modo “Conexão Familiar”. Afirmou, ainda, que há mais de 630 moderadores francófonos no aplicativo.
“Quando as pessoas fazem uma pesquisa que inclui palavras como suicídio, elas são imediatamente redirecionadas para uma página com recursos dedicados, bem como um número de uma linha direta de ajuda ou prevenção local”, diz o e-mail.
O caso não é isolado. No mês passado, um grupo bipartidário de 14 procuradores-gerais dos Estados Unidos entrou com ações judiciais contra o TikTok alegando que a rede social está causando danos à saúde mental dos jovens.
A Meta também tem sido alvo de processos relacionados ao Snapchat. No Canadá, quatro conselhos estudantis acionaram a Justiça acusando a plataforma de “projetar e comercializar produtos viciantes”, afetando o desempenho escolar.