sexta-feira, novembro 22, 2024
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Família Safra encerra disputa judicial por henrança

A família Safra alcançou um acordo para encerrar uma disputa judicial sobre a herança que durava meses. Alberto Safra, que processava seus irmãos e a mãe em Nova York pelo patrimônio deixado pelo pai, Joseph Safra, decidiu abdicar de qualquer participação no Grupo J. Safra.

Antes do acordo, Alberto alegava que foi injustamente diluído no capital do Safra National Bank de Nova York. Mas qual é a origem da fortuna da família? O levantamento foi realizado pelo jornal O Globo.

A brasileira Vicky Safra, mãe de Alberto, é a mulher mais rica do Brasil, segundo a lista de bilionários da Forbes. Com uma fortuna de US$ 20,6 bilhões, Vicky é uma das 13 brasileiras no ranking global. A fortuna do falecido Joseph Safra, um dos banqueiros mais ricos do mundo, tem raízes no Oriente Médio do século 19.

Entre os bens da família estão o banco J. Safra Sarasin, na Suíça, e o Banco Safra, no Brasil, que juntos possuem cerca de US$ 90 bilhões em ativos. Propriedades notáveis incluem o arranha-céu Gherkin, em Londres, e o número 660 Madison Avenue, em Nova York.

História da riqueza bancária dos Safra

A riqueza bancária dos Safra tem suas raízes em Aleppo, na Síria, onde a família fundou a Safra Frères & Cie na década de 1840. Aleppo era um centro importante para banqueiros, pois mercadores do Oriente e do Ocidente convergiam ali.

A casa bancária financiava caravanas de camelos que negociavam ao longo do vasto Império Otomano, que se estendia da África e Península Arábica até os Balcãs e a atual Turquia.

De acordo com os sites das empresas da família, a Safra Frères & Cie também fazia câmbio entre moedas de países da Ásia, África e Europa, além de comercializar prata e ouro.

O negócio familiar teve sucesso e abriu filiais em Istambul, Alexandria e Beirute. Beirute, a capital do Líbano, tornou-se a sede do Banco Jacob Safra, nomeado em homenagem ao patriarca nascido em 1891. Nos anos 1950, com o crescimento econômico pós-Segunda Guerra Mundial, a empresa expandiu-se para as Américas e Europa.

Chegada da família Safra ao Brasil

Em 1953, Jacob Safra mudou-se com a família para o Brasil, onde fundou a Safra Importação e Comércio, uma empresa de importação e comércio de metais, máquinas e gado, e posteriormente um banco. Após sua morte em 1963, seus filhos Joseph, Moise e Edmond assumiram os negócios.

Em 1967, os irmãos fundaram a financeira Safra. Posteriormente, compraram o Banco Nacional Transatlântico, renomeando-o Banco de Santos. Em seguida, adquiriram o Banco das Indústrias, que em 1972 passou a se chamar Banco Safra S.A. Em 1975, criaram a Safra Asset Management, e em 1987, a Safra Corretora.

Joseph Safra faleceu de causas naturais em 2020, aos 82 anos. Naquele momento, com um patrimônio de US$ 23,2 bilhões, ele era o brasileiro mais rico e o 82º no mundo.

Divisão das responsabilidades entre os irmãos Safra

No Brasil, Joseph e Moise gerenciavam os negócios, enquanto Edmond, o mais velho, cuidava dos negócios internacionais. Ele mudou-se para os EUA, onde fundou o Trade Development Bank e o Republic National Bank of New York. Em 1974, criou o Safra National Bank of New York — alvo da disputa judicial de Alberto Safra.

Em 2006, Joseph comprou a parte de Moise, unificando as instituições financeiras que ambos possuíam.

Outros investimentos da família Safra

Além do Banco Safra, Joseph era dono do J.Safra Sarasin, banco suíço criado em 2013. Ele também tinha negócios em outras áreas, incluindo 50% da Chiquita Brands International, uma das maiores produtoras de banana do mundo, em parceria com José Cutrale.

No setor imobiliário, os Safra investiram em prédios de escritórios, como o edifício na Madison Avenue, em Nova York, comprado por US$ 285 milhões, e o Gherkin, em Londres, adquirido por US$ 1,15 bilhão.

Via Revista Oeste

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