Exames laboratoriais indicaram a presença de arsênio, usado como veneno, no sangue de três pessoas que morreram depois de comerem um bolo em Torres (RS).
A substância é tóxica e pode levar a óbito, se ingerida em grande quantidade.
Os laudos são do Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, que tratou das vítimas do caso ainda repleto de dúvidas.
Conforme a unidade de saúde, faleceram Neuza Denize Silva dos Anjos, Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva.
A mulher que preparou o bolo e um menino de 10 anos continuam internados. Ambos apresentam quadro estável, conforme boletins médicos divulgados na manhã da sexta-feira 27. Os nomes dos sobreviventes não foram divulgados oficialmente.
Segundo a Polícia Civil, sete membros da mesma família estavam reunidos em uma casa para um café da tarde quando começaram a passar mal. Apenas uma pessoa, o marido de uma das mulheres, não consumiu o bolo. Os outros que ingeriram o alimento, incluindo três irmãs, o marido de uma delas e os filhos e netos de outras, foram os afetados.
Maida Berenice, de 58 anos, foi uma das primeiras a ser internada, mas faleceu entre a noite da segunda-feira 23 e a madrugada da terça-feira 24. O boletim médico apontou parada cardiorrespiratória como a causa da morte. Neuza, de 65 anos, mãe de Tatiana e avó do menino hospitalizado, faleceu na noite da terça-feira. A causa foi choque pós-intoxicação alimentar. Tatiana, de 43 anos, também morreu no mesmo período que a mãe, em razão de uma parada cardiorrespiratória.
Os dois sobreviventes, a mulher que fez o bolo e o menino, apresentaram resultados laboratoriais que confirmaram a presença de arsênio em seus corpos. A maior concentração do veneno foi encontrada no sangue da mulher que preparou o alimento. A polícia investiga o caso, com suspeitas de envenenamento ou intoxicação alimentar.
Polícia Civil propõe exumação para analisar arsênio, usado como veneno
A Polícia Civil, com a perícia, continua com as investigações. A necropsia das vítimas deve ser divulgada na próxima semana. O delegado responsável, contudo, solicitou a exumação de um corpo, pois o ex-marido da mulher que fez o bolo morreu em setembro, com suspeita de intoxicação alimentar não investigada na época.