segunda-feira, julho 8, 2024
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Família abriga 15 pessoas depois de enchente em Canoas

A família de Claudete Neves Haubert, de 43 anos, abrigou 15 pessoas em sua casa depois de enchente que atingiu o município de Canoas, na Grande Porto Alegre (RS). A cidade registra mais de 18,4 mil moradores desabrigados, além de 19 mortes e 19 desaparecidos por causa das fortes chuvas.

Claudete trabalhava como atendente em uma pizzaria e mora com seus dois filhos e com seu irmão no bairro Guajuviras, que não foi atingido pela enchente. Ela contou à reportagem de Oeste que a cidade foi atingida por muita chuva em 5 de maio, mas que não esperava tamanha tragédia.

“Naquele dia, Mathias Velho e outros bairros de Canoas ficaram embaixo d’água”, disse Claudete. “Uma enchente enorme, que ninguém esperava. No começo, até achamos que seria pouca água. Ninguém imaginava que ia ser assim.” 

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O bairro do ex-cunhado de Claudete fica próximo ao Rio dos Sinos, que transbordou por causa das fortes chuvas que atingiram Canoas. A enchente deixou grande parte da terceira maior cidade do Rio Grande do Sul debaixo d’água.

“Famílias ficaram sem nada”, contou Claudete. “Casas destruídas. Vidas perdidas. Muitas pessoas perderam tudo. Foi um pânico total para quem estava lá dentro e para quem aguardava familiares serem resgatados.”

Família foi resgatada em segurança

foto aérea mostra enchente em canoas no rio grande do sul
Casas ficaram submersas em Canoas (RS) depois que o Rio dos Sinos transbordou | Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini

Felizmente, a família de Luís dos Santos, o ex-cunhado e amigo de Claudete, foi resgatada bem e com vida. Santos, a esposa, seus oito filhos e seu genro foram levados para um abrigo público de Canoas. 

Ao saber que o bairro de Santos foi inundado, Claudete ficou preocupada com os amigos e decidiu procurá-los. Ela os encontrou no abrigo da Petrobras. Além disso, a mãe da nora dela e os três filhos também estavam desaparecidos.

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“Foi triste demais a busca, pois nenhuma lista constava o nome deles”, explicou Claudete a Oeste. “A moça do abrigo postou uma foto da família no grupo de Porto Alegre, foi onde consegui ter acesso e achar eles.”

Claudete explicou que quando conseguiu achar os amigos decidiu oferecer ajuda, já que os abrigos de Canoas estavam cheios.

“Eles continuam sendo minha família”, disse Claudete. “E eles têm oito crianças. Então, não tem como deixar as pessoas na rua. Vendo a situação que as pessoas estão passando, eles não tinham para onde ir, não teria como ficar no abrigo com oito crianças. Queria ter a disponibilidade de ajudar todo mundo, mas infelizmente não tenho condições.”

A atendente abrigou 15 pessoas na casa de seu irmão. Ao todo, estão vivendo com 19 pessoas. Porém, além da quantidade de moradores, eles enfrentam outros problemas na residência, como a falta de água, já que o abastecimento foi interrompido por causa das enchentes.

“É bastante difícil, pois estou morando na casa do meu irmão e abriguei todos aqui”, afirmou Claudete. “Estou sem trabalho, pois os comércios fecharam por causa do ocorrido. Sem água. Ruas alagadas. Estamos vivendo literalmente de doação.”

Ela conta que muitos voluntários estão ajudando com doação de alimentos, produtos de higiene e roupas, mas ainda faltam alguns itens. “Se não fosse o povo ajudar o povo não sobreviveríamos, pois o governo não fez nada”, indignou-se. “É muito triste ver isso que está acontecendo. Dói na alma da gente.”



Via Revista Oeste

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