A fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta sexta-feira (27) sobre estar em dúvida se o ministro da Justiça, Flávio Dino, seria o melhor nome para o Supremo Tribunal Federal (STF) indica, segundo aliados, uma “mudança de rota” do mandatário do Palácio do Planalto sobre o sucessor da cadeira de Rosa Weber na Corte.
A avaliação de interlocutores de Lula é que o presidente não daria uma declaração neste sentido caso a escolha de Dino não tivesse “subido no telhado”.
Em café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto, Lula afirmou ser “obrigado a reconhecer que o Flávio Dino é uma pessoa altamente qualificada do ponto de vista do conhecimento jurídico, altamente qualificada do ponto de vista político. É uma pessoa que pode contribuir muito”.
“Mas eu fico pensando, onde o Flávio Dino será mais justo e melhor para o Brasil? Na Suprema Corte ou é no Ministério da Justiça? Aí tem outra questão que eu fico pensando, onde ele será mais justo?”, questionou o presidente.
De acordo com interlocutores, as declarações do presidente nesta manhã ganham mais importância por acontecer dias depois de o Senado rejeitar o indicado de Lula para a Defensoria Pública da União (DPU), num claro recado à possibilidade de Dino ser indicado ao Supremo.
“Se eu falar para você o que eu penso do Flávio Dino, eu tenho medo que a manchete do jornal seja “Lula tem preferência por Flávio Dino’. Então, eu tenho em mente algumas pessoas da mais alta qualificação política do país. Tem várias pessoas”, disse o presidente.
Aliados de Lula lembram que o favoritismo de Dino já havia diminuído nas últimas semanas. Eles apontam dois ingredientes: as crises de segurança pública —em especial no Rio de Janeiro—, que acaba pressionando o governo federal; e a série de embates do ministro com o Congresso.
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