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A Comissão de Proteção de Dados da Irlanda (DPC) aplicou uma multa de € 91 milhões (R$ 552 milhões na cotação atual) contra a Meta após concluir as investigações sobre violações de segurança da empresa em 2019.
O órgão identificou uma falha no armazenamento de senhas de usuários nos servidores da plataforma. Os dados estavam em texto simples, sem uso de criptografia, desrespeitando o Regulamento Geral de Proteção de Dados da Europa.
Além disso, a Meta não notificou a DPC sobre a violação dentro do prazo legal de 72 horas após o mapeamento da violação. Também ficou constatado que a empresa não documentou a falha de forma adequada.
Segundo o vice-comissário do órgão irlandês Graham Doyle, a brecha colocava em risco a privacidade dos usuários do Facebook. “É amplamente aceito que as senhas de usuários não devem ser armazenadas em texto simples, considerando os riscos de abuso que surgem de pessoas acessando tais dados”, escreveu na decisão.
O porta-voz da Meta, Matthew Pollard, garantiu que o problema foi resolvido sem causar prejuízos a terceiros. “Tomamos medidas imediatas para corrigir esse erro, e não há evidências de que essas senhas tenham sido abusadas ou acessadas indevidamente”, disse.
Em março de 2022, a empresa foi multada em € 17 milhões (R$ 103 milhões na cotação atual) por uma violação de segurança de 2018 também por decisão da Comissão de Proteção de Dados da Irlanda.
Na ocasião, mais de 30 milhões de usuários foram afetados por uma falha de proteção semelhante. No caso de 2018, foram expostas centenas de milhões de senhas.
O valor da multa é calculado com base em fatores como a natureza, gravidade e duração da infração; o escopo ou propósito do processamento; e o número de pessoas afetadas, entre outras considerações.
Ainda assim, as punições recentes representam uma pequena fração da receita anual da Meta. Em 2023, o resultado da companhia foi de US$ 134,9 bilhões (R$ 733,9 bilhões na cotação atual).