quinta-feira, maio 1, 2025
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Exportações da China despencam depois do ‘tarifaço’ de Trump

As tarifas alfandegárias aplicadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, neste mês resultaram no menor índice de exportações da China desde dezembro de 2023. A atividade manufatureira do país asiático também é a menos pujante em mais de um ano. As informações, que foram divulgadas nesta semana, são da pesquisa do Escritório Nacional de Estatísticas da China.

Os dados revelam que o “tarifaço” de Trump começou a retrair a economia chinesa. O contexto pressiona o Partido Comunista da China, sobretudo o líder Xi Jinping, que agora começa a sentir os reais efeitos da política tarifária do presidente norte-americano.

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Visita de Estado do líder chinês, Xi Jinping, ao Brasil | Foto: Reprodução/Flickr/@LulaOficial/Ricardo Stuckert/PR

Na economia interna, o índice de gerentes de compra do país marcou, em abril, 49 no setor manufatureiro — o menor desde dezembro de 2023. O resultado está abaixo do recorte de expansão, que é 50. Em março, o mesmo índice marcou 50,5 para o ramo fabril chinês.

Um outro mecanismo responsável por aferir as exportações chinesas apresentou resultados piores: 44,7 no quarto mês do ano. Trata-se do menor índice desde dezembro de 2022. Os resultados negativos refletem a estratégia dos compradores, que adiantaram os pedidos antes que o tarifaço norte-americano entrasse em vigor.

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‘Tarifaço de Trump’: segundo o banco de investimentos Goldman Sachs, cerca de 20 milhões de empregos do setor manufatureiro dependem das exportações para os Estados Unidos | Foto: Reprodução/Wikipedia

Trump quer acabar com o déficit comercial dos EUA

Donald Trump se elegeu com o plano de reestruturar a economia dos EUA. Em menos de cem dias do seu segundo governo, ele deu início ao projeto de reestruturar, de maneira recíproca, toda a política econômica com o mundo e acabar com o déficit comercial do país. O republicano aplicou tarifas de 145% sobre produtos da China.

Os EUA têm um mercado consumidor de mais de 300 milhões de pessoas com alto poder de compra. Embora os chineses tenham tido um crescimento econômico exponencial no decorrer dos últimos anos, poucos países no mundo poderiam consumir tanto quanto o mercado norte-americano.

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Em 2024, um terço do crescimento chinês baseou-se na exportação | Foto: Reprodução/Instagram/@whitehouse

“Algumas evidências mostram que o modelo chinês, que já foi capaz de crescer 15% ao ano, parece estar se exaurindo”, afirmou Adalberto Piotto, no artigo “Guerra das (duas) estrelas”, publicado na Edição 266 da Revista Oeste. “O mercado chinês, embora potencialmente grande, é incapaz de absorver sequer parte do excedente que seu imenso parque industrial produz.”

O governo chinês, no entanto, ainda se mantém irredutível a negociar com a Casa Branca. “Permitam-me deixar claro, mais uma vez, que a China e os Estados Unidos não estão engajados em nenhuma negociação sobre as tarifas”, afirmou Guo Jiakun, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, durante coletiva de imprensa.

Via Revista Oeste

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