Os compostos perfluoroalquil e polifluoroalquil (PFAS) são substâncias conhecidas como “químicos eternos”. O apelido vem porque eles não se degradam – ou seja, ficam no meio ambiente “para sempre”. Mas especialistas em química desenvolveram, no Japão, um método para decompor algumas dessas substâncias.
A técnica criada pelos pesquisadores decompôs completamente certos tipos desses compostos – considerados tóxicos – ao longo de uma noite. E até recuperou alguns componentes a ponto de eles poderem ser reutilizados.
Pesquisadores usam LED para decompor produtos químicos ‘eternos’
Para desenvolverem o novo método para decompor PFAS, cientistas da Universidade Ritsumeikan usaram o seguinte:
- Água;
- Cristais nanométricos de semicondutores de sulfeto de cádmio (CdS), alguns dos quais dopados em cobre;
- Um composto chamado trietanolamina (TEOA).
Quando a solução é exposta a luzes LED em comprimentos de onda de 405 nm, moléculas de PFAS grudam na superfície dos nanocristais. Em paralelo, gera-se elétrons até eles removerem íons de flúor das moléculas de PFAS – o que quebra ligações robustas.
Nos testes, esse método decompôs 100% de um produto químico “eterno” chamado perfluorooctanossulfonato em oito horas. Outro, chamado Nafion, foi decomposto em 81% em 24 horas. Isso foi alcançado a 38 °C – bem menos que os 400 °C normalmente necessários.
Além disso, a técnica recuperou os íons de flúor que poderiam ser reutilizados para outras aplicações industriais.
É importante ressaltar que os pesquisadores não criaram “O Caminho” para decompor produtos químicos “eternos”. Já existiam outros (com partículas magnéticas, hidrogênio ou nitreto de boro, por exemplo).
Portanto, o método em questão – publicado na revista Angewandte Chemie International Edition e divulgado pela Universidade Ritsumeikan – entra nesta lista.
Importância da decomposição dos produtos químicos ‘eternos’
Ter caminhos para decompor os PFAS ajuda na redução significativa da quantidade dessas substâncias no meio ambiente, o que diminui o risco de contaminação de solos, águas e alimentos.
Além disso, ao reduzir a exposição humana aos “químicos eternos”, a decomposição dessas substâncias contribui para a prevenção de doenças e a melhoria da saúde pública.
Para você ter ideia, os PFAS estão associados a uma série de problemas de saúde, incluindo câncer, problemas de tireoide, distúrbios imunes e problemas de desenvolvimento em crianças.