Algumas ficções apocalípticas teorizam a possibilidade de um buraco negro engolir o Sol e com ele, o planeta Terra. No entanto, e se fosse o contrário? Nossa estrela engolindo um buraco negro primordial, minusculo e com massa semelhante a de um asteroide, o que aconteceria? Foi isso que um grupo de pesquisadores investigou recentemente.
O estudo foi publicado na plataforma de pré-impressão ArXiv e simula as consequências da presença de um buraco negro primordial no centro de estrelas, conhecidas como estrelas de Hawking.
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- Esses objetos são hipotéticos e acredita-se terem se formado logo após o Big Bang;
- Eles são menores que uma bola de beisebol e sua massa geralmente não ultrapassa a de um asteroide;
- Eles são usados em vários modelos teóricos, para explicar desde a matéria escura ao Planeta X.
Os modelos sugerem que esses objetos são muito comuns, então é bem provável que alguma estrela já tenha engolido um desses. Na nova pesquisa, é sugerido que inicialmente esses buracos negros primordiais não teriam quase que efeito nenhum na estrela, devido a sua massa ser muito menor.
Mas ao longo do tempo, as coisas seriam completamente diferentes.
Buraco negro primordial dentro de estrelas
Se estivesse no núcleo de uma estrela, os buracos negros primordiais iram se alimentar da matéria circundante e crescer, o que poderia eventualmente atrapalhar a evolução da estrela ou consumi-la completamente, dependendo do tamanho inicial desses minúsculos objetos.
O estudo apontou que, se os buracos negros primordiais tivessem um bilionésimo da massa do Sol e fossem engolidos por estrelas, em menos de meio bilhão de anos, toada a massa estelar seria consumida. Se esses objetos fossem muito menores, com cerca de um trilionésimo da massa do Sol, as coisas seriam diferentes e mais complicadas.
O minúsculo objeto consumiria parte do material do núcleo da estrela, mas não de forma tão rápida a ponto de destruí-la. No entanto, enquanto se alimenta, as coisas iriam ficar quentes, com temperaturas acima do ponto de fusão, e a estrela incharia, se tornando uma retardatária vermelha, ou seja, mais fria e vermelha do que as gigantes vermelhas normais. Os efeitos da presença do buraco negro seriam sutis, mas ainda poderiam ser vistos através da sismologia estelar.
No Sol, com base nos estudos de heliossismologia realizado pelos pesquisadores, não foi identificado a presença de um buraco negro em seu interior. Caso haja, ele é extremamente pequeno e não há motivos para se preocupar.