Uma inovação bem peculiar que pode trazer uma sensação um pouco (ou muito) desagradável para boa parte das pessoas. Trata-se de um exército de baratas ciborgues, criado por pesquisadores da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Cingapura.
Estes insetos robotizados foram controlados remotamente para realizar tarefas em uma área arenosa, agindo como um enxame sincronizado na direção de um alvo específico. Mas calma, a pesquisa, que ainda aguarda revisão por pares, tem como justificativa algo bem positivo (e não se trata de uma nova artimanha bélica para um mundo já cheio de conflitos).
Segundo os pesquisadores, a ideia poderá abrir novas possibilidades para missões de busca e resgate, bem como para monitoramento ambiental. Dê uma olhada (e veja que elas são até bonitinhas):
O experimento envolveu equipar baratas sibilantes de Madagascar com mochilas tecnológicas que transmitiam comandos via eletrodos conectados aos seus órgãos sensoriais. Isso permitia que os pesquisadores dirigissem o movimento dos insetos através de um computador central.
As baratas ciborgues conseguiram navegar por terrenos desafiadores como se fossem realmente um exército. E não só isso. O software central também designava algumas baratas como líderes, guiando o movimento do grupo.
Além de seguir as direções fornecidas, elas mantinham as capacidades naturais de navegação, contornando obstáculos e até mesmo ajudando outras baratas que se encontravam em situações complicadas, como estar de costas.
A capacidade do enxame de operar em conjunto sugere um potencial significativo para aplicações em situações reais. Especialmente em cenários de resgate em desastres naturais, onde poderiam ajudar a localizar humanos presos sob escombros.
Já um robô central poderia servir como ponto de recarga para as mochilas das baratas. Segundo os cientistas, esse robô também serviria como fornecedor de recursos básicos como comida e água, ampliando a duração e eficácia das missões.
Avanços na tecnologia ciborgue (até para caranguejo)
A equipe liderada pelo professor de engenharia mecânica Hirotaka Sato vem trabalhando com essa inovação há algum tempo. Em setembro do ano passado, por exemplo, os pesquisadores publicaram na revista Nature um estudo descrevendo a tecnologia não invasiva (ou seja, que não exige incisões, como em procedimentos cirúrgicos) de eletrônicos vestíveis nos apêndices dos insetos:
A próxima etapa desse ambicioso projeto é transformar caranguejos arco-íris em ciborgues para trabalhar em conjunto com as baratas. Este desenvolvimento ainda está em estágios iniciais.
De qualquer forma, a ideia redefine o papel potencial dos insetos em tarefas tecnológicas. Ou melhor, a pesquisa destaca como soluções inovadoras podem surgir de algumas das criaturas mais improváveis da natureza.