Os brasileiros explicaram as principais diferenças entre o futebol no Brasil e no Estados Unidos, além de apontar caminhos para a criação de uma liga única no país.
“Os modelos de negócios são completamente diferentes. No Brasil você tem as agremiações, e os sócios são donos dessas agremiações, vamos dizer dessa forma. Essas agremiações então se filiam às federações e fazem parte dos torneios. Aqui não. Aqui quem detém o direito de desenvolver a liga ou a MLS é a própria MLS, e os clubes são sócios da MLS […] todos nós, os 30 clubes, somos sócios com o mesmo percentual acionário da liga“, explicou Carlos Osorio.
Osorio ainda contou que a liga americana tem seus próprios executivos, que determinam as regras tanto pro futebol, quanto pra gestão do negócio. Ainda assim, os clubes possuem grande autonomia, e as decisões são tomadas em conjunto.
“Tem várias regras que são ditadas pela liga e todos os grupos têm que acompanhar, mas também existem os comitês dos quais os donos dos clubes participam e votam por aquilo que eles acham que é mais interessante para o desenvolvimento da liga e dos times. A participação é 100%, todo mundo participa, todo mundo debate e se decide o que é melhor, não só pra liga, mas pro desenvolvimento do esporte […] um negócio forte e robusto atrai muito mais investimento, atrai muito mais patrocinador e é bom pro crescimento de todo o esporte”, disse o diretor financeiro do Orlando City.
Diferente da gestão nos Estados Unidos, os clubes brasileiros travam uma briga diante da unificação da liga. Atualmente, existe uma divisão entre dois blocos comerciais: a Liga do Futebol Brasileiro (Libra) e a Liga Forte União (LFU).
A intenção inicial era de criar uma liga única que organizasse as Séries A e B do Campeonato Brasileiro, mas após apresentarem divergências, se tornaram dois blocos comerciais distintos.
O mais importante, no meu ponto de vista, é o alinhamento entre os clubes. Acho que o produto liga que a gente tem hoje é muito responsável pelo sucesso dos clubes daqui. O momento em que o Brasil conseguir atingir isso, vão ter benefícios que a gente nem consegue mensurar.
Pedro Araujo, diretor de marketing do Orlando City e do Orlando Pride
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