O ex-técnico da Inglaterra Sven-Goran Eriksson, de 75 anos, disse que foi diagnosticado com câncer de pâncreas e que tem um ano de vida na “melhor das hipóteses”.
O ex-treinador comandou a Inglaterra na Copa do Mundo de 2002 e 2006, perdendo nas quartas de final em ambas as ocasiões.
Em fevereiro do ano passado, Eriksson deixou o cargo no clube sueco Karlstad devido a “problemas de saúde”.
“Todos podem ver que tenho uma doença que não é boa, e todos supõem que é câncer, e é. Mas tenho que lutar contra isso o máximo possível”, disse Eriksson em entrevista à rádio sueca P1.
“Eu sei que, na melhor das hipóteses, é cerca de um ano; na pior das hipóteses, ainda menos. Não acho que os médicos que tenho possam ter certeza absoluta, eles não podem esperar um dia para isso”.
Eriksson disse que estava tentando não pensar na doença.
“Você tem que enganar o cérebro. Eu poderia ficar pensando nisso o tempo todo e ficar sentado em casa e me sentir infeliz e pensar que não tenho sorte e assim por diante.”
“É fácil acabar nessa posição. Mas não, veja o lado positivo das coisas e não se enterre em contratempos, porque esse é o maior revés de todos”, acrescentou Eriksson.
“Não estou com muita dor. Mas fui diagnosticado com uma doença que você pode retardar, mas não pode operar. Então é o que é.”
Carreira
Eriksson começou a carreira no Degerfors IF, da Suécia, antes de assumir o comando do Benfica, em uma passagem de sucesso entre 1982 e 1984.
Ele também conquistou títulos por Roma, Sampdoria e Lazio antes de se tornar o primeiro técnico estrangeiro da Inglaterra, em 2001.
Apesar de ter perdido apenas cinco jogos oficiais, a passagem de Eriksson pela Inglaterra foi uma montanha-russa, com algumas atuações excelentes em campo acompanhadas de escândalos fora dele.
A seleção inglesa dirigida por ele foi considerada uma geração de ouro, com um time composto por jogadores de alto nível, como David Beckham, Steven Gerrard, Frank Lampard e Wayne Rooney, mas não conseguiu ganhar nenhum título importante.
Além das duas quartas de final da Copa do Mundo, a Inglaterra também chegou às oitavas de final da Eurocopa de 2004, perdendo nos pênaltis para Portugal, que seria vice-campeão.
O sueco ocupou as primeiras páginas após um caso com o ex-secretário da Federação Inglesa Faria Alam e foi pego na infame armação do “Fake Sheikh”, quando um tabloide o armou para um repórter se passando por um rico investidor árabe.
Após deixar a Inglaterra em 2006, Eriksson treinou uma série de times, incluindo o Manchester City, a seleção mexicana e o Leicester City.
A última função como treinador, posição que ocupou por quatro décadas, foi nas Filipinas, em 2019.
(edição de Tomasz Janowski e Ros Russell)