domingo, janeiro 5, 2025
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Ex-secretário de Trump revela como censura agiu contra Bolsonaro

O norte-americano Michael Benz, que foi chefe da divisão de informática do Departamento de Estado durante o primeiro governo Trump, revelou como foi instituído um “tribunal da censura” contra o então presidente Jair Bolsonaro. As declarações, feitas ao podcast The Joe Rogan Experience, foram analisadas pelo articulista Fernão Lara Mesquita na edição 249 da Revista Oeste, publicada na última sexta-feira, 27.

Segundo Benz, o “Complexo Industrial da Censura”, como chama o aparato de manipulação da internet montado pelo Pentágono e pelo Departamento de Estado, foi criado para influenciar a queda do governo da Ucrânia, em 2014. Na ocasião, cerca de R$ 30,5 bilhões foram investidos pelos EUA nos veículos de comunicação social do país.

De acordo com ele, ao longo dos anos, com a saída do Reino Unido da União Europeia e a eleição de Donald Trump, a censura na internet saiu do controle. Com a alegação de “combater a desinformação”, o complexo atacou a imagem de líderes supostamente extremistas e populistas, muitas vezes através de fake news.

“Em 2016, eles temiam que as redes sociais impulsionassem todos esses partidos populistas de direita”, revela Benz, ao citar a deputada francesa Marine Le Pen, líder da direita no país, como exemplo. “Esse poder faria toda a ordem internacional baseada em regras colapsar, a menos que houvesse censura internacional.”

Bolsonaro na mira do “complexo industrial da censura”

Apenas duas semanas depois da eleição de Jair Bolsonaro, em 2018, organizações não governamentais (ONGs) como o Atlantic Council convocaram reuniões para discutir o resultado do pleito brasileiro. Para eles, Bolsonaro só venceu por causa das mídias sociais, especialmente os chats criptografados de ponta a ponta como WhatsApp e Telegram.

Assim, era preciso emperrar a administração de Bolsonaro e impedi-lo de ser reeleito, por meio da criação de uma infraestrutura de censura no Brasil “poderosa e institucionalmente tão ampla e profunda quanto nosso trabalho diplomático oficial”.

Um dos órgãos integrantes do complexo da censura é a organização Design for Democracy, que passou a cooperar com ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O juiz é o relator do inquérito das fake news na Corte.

Segundo Benz, o complexo também trabalhou junto a universidades no Brasil, como a Fundação Getúlio Vargas, para que lideranças acadêmicas no Brasil publicassem artigos que defendam leis anti-desinformação.

A imprensa do Brasil também foi afetada, de acordo com o norte-americano. “Eles financiaram grupos de mídia brasileiros com milhões de dólares para que promovessem a censura na internet e a proibição de qualquer conteúdo pró-Bolsonaro nas mídias sociais ou em chats criptografados de ponta a ponta.”

Ainda segundo ele, foram investidos milhões de dólares na Internews, organização sem fins lucrativos de apoio à mídia que atua em mais de cem países por meio do treinamento de jornalistas. No Brasil, foram promovidos programas de alfabetização midiática e “programas de integridade da informação”, inclusive em parceria com a Rede Globo.

A derrota de Bolsonaro em 2022 se assemelha à de Donald Trump em 2020. Para Benz, o empresário norte-americano só perdeu a tentativa de se reeleger porque “foi censurado até o esquecimento” pelo governo dos Estados Unidos, com “redes de ONGs e grupos de fachada do Pentágono para censurar praticamente todas as narrativas do lado dele”.



Via Revista Oeste

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