Novo goleiro do Cruzeiro, Gabriel Grando lamentou as enchentes e fortes tempestades que atingem o Rio Grande do Sul desde o começo desta semana. Por causa desses episódios climáticos no estado, a partida do time celeste com o Internacional, antes marcada para este sábado (4), foi adiada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
“O lado humano tem que prevalecer, primeiramente. Teve lá o caso do Juventude, que não conseguiu sair de Caxias do Sul para jogar. O bom senso tem que prevalecer nesse caso, muitas vidas foram perdidas, infelizmente”, lamentou o goleiro.
Gabriel Grando, de 24 anos, foi revelado nas categorias de base do Grêmio. No clube gaúcho, o goleiro jogou entre 2014 e 2024. Emprestado ao Cruzeiro até o fim da temporada, o jovem arqueiro veio para ocupar a vaga deixada por Rafael Cabral, que agora veste a camisa do Tricolor de Porto Alegre.
Ele abriu a coletiva se solidarizando com a população do Rio Grande do Sul, onde morou devido à sua ligação com o Grêmio.
“Quero me solidarizar com todo o povo do Rio Grande do Sul pelo o que está acontecendo lá, muito triste. O Brasil todo tem acompanhado o que tem acontecido”, disse.
Se no lado humanitário os episódios no Rio Grande do Sul causam forte comoção e preocupação, no lado esportivo o Cruzeiro acaba ganhando mais tempo para trabalhar com o adiamento forçado do jogo.
O duelo com o Internacional aconteceria neste sábado, às 21h, no Mineirão, pela quinta rodada da Série A do Campeonato Brasileiro. O jogo ainda não tem nova data e será remarcado pela CBF.
“Sabemos que temos muito pouco tempo de trabalho [normalmente]. Com esse espaço, a gente consegue evoluir nos fundamentos e na proposta de jogo que o professor quer. Então, acaba sendo bom, a gente consegue ir com sangue fresco para o jogo da Sul-Americana.”
Mesmo acontecendo fora do Rio Grande do Sul, a partida foi adiada pela situação complicada que vive o próprio Internacional. O centro de treinamento do clube, localizado às margens do Rio Guaíba, foi inundado pela cheia do rio.
O CT do Parque Gigante, do Internacional, em Porto Alegre, amanheceu debaixo d’água na manhã desta sexta-feira (3). Desde o início da semana, temporais no Rio Grande do Sul provocaram a morte de pelo menos 32 pessoas, sendo que 60 estão desaparecidas no estado.
O volume das chuvas chega a atingir parte do muro e se sobrepõe ao gramado do centro de treinamento. O Rio Guaíba, que fica às margens do local e também do estádio Beira-Rio, transbordou e tomou conta das ruas e avenidas da capital gaúcha.
Por causa dos temporais que atingem o Rio Grande do Sul, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) informou, na última quarta-feira (1°), o adiamento de jogos envolvendo todos os clubes do Rio Grande do Sul em função das fortes chuvas no estado.
Nos últimos dias, já choveu mais de 500 mm no Rio Grande do Sul. As regiões mais afetadas são: Central, Vale do Rio Pardo, Metropolitana, Serra Gaúcha e Vale do Taquari. Mais de 500 mil pessoas estão sem água e há mais de 292 pontos sem luz.
De acordo com o Governo do Rio Grande do Sul, 114 trechos em 246 rodovias foram bloqueados totalmente ou parcialmente devido às chuvas. O governador Eduardo Leite (PSDB) decretou estado de calamidade pública na quarta-feira e afirmou que esse será “o maior desastre da história do Rio Grande do Sul”.
A Marinha do Brasil enviou equipes, embarcações, aeronaves e viaturas para ajudar no resgate. A Força Aérea Brasileira (FAB) enviou dois helicópteros para resgatar vítimas em cidades isoladas por causa das interdições nas rodovias, como Candelária, por exemplo.