Um dos principais ativistas contra o racismo no futebol, o ex-goleiro Aranha participou nesta segunda-feira (20), Dia da Consciência Negra, do programa Brasil Meio-Dia.
Autor dos livros “Brasil Tumbeiro”, que narra a história do negro no Brasil, e “Patrocínio”, sobre o abolicionista José do Patrocínio, o ex-atleta falou sobre a representatividade da data.
“Muita gente acha que o 20 de novembro é uma data de comemoração, mas não. É uma data para reflexão, para chamar atenção para um problema que o Brasil, há centenas de anos, resolve não falar a respeito”, disse Aranha, que defendeu Ponte Preta, Santos e Palmeiras, entre outros clubes na carreira.
Na visão do goleiro, vítima de racismo em um jogo entre Grêmio e Santos pela Copa do Brasil de 2014, os jogadores brasileiros estão mais conscientes sobre o tema do que há nove anos, mas ainda há um caminho a ser percorrido para um entendimento mais amplo do racismo.
“Alguns [jogadores] vieram antes de mim e pagaram um preço por isso. Comigo não foi diferente. Mas acho que, além da manifestação, de resolver ser contra essa situação, os jogadores de futebol, que são referência e servem de exemplo, precisamos nos preparar mais, entender um pouco mais da nossa história real, de como as coisas se desenvolveram no nosso país. Sem esse letramento racial a gente fica sem poder, sem força para argumentar”, afirmou.