O ex-diretor de operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Djairlon Henrique Moura negou, nesta terça-feira, 27, qualquer motivação política por trás do bloqueio de rodovias do Nordeste durante o pleito eleitoral de 2022. Ele também disse que a ação não contrariou decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“A ação foi planejada antes da decisão de vossa excelência”, explicou Djairlon ao ministro.
O depoimento ocorreu no STF, em ação que investiga uma suposta tentativa de golpe atribuída à cúpula do governo Jair Bolsonaro.
Ordem do Ministério da Justiça, diz ex-diretor da PRF
Segundo Djairlon, a operação foi pedida pela Secretaria de Operações Integradas, subordinada ao Ministério da Justiça. A ordem teria sido dada durante reunião oficial no ministério.
“Foi solicitada a realização de uma operação antes da eleição dos ônibus que saíssem de São Paulo e da Região Centro-Oeste com destino ao Nordeste com votantes e recursos financeiros que já estavam em investigação pela PF”, afirmou Djairlon. “Em mais de 60% dos veículos, não demorou mais de 15 minutos.”
O ex-diretor negou que a operação tenha tido motivação política. Disse que o objetivo era evitar crimes eleitorais, como o transporte ilegal de eleitores e de dinheiro. Ele acrescentou que Torres pediu à PRF e à Polícia Federal que se “empenhassem ao máximo” para coibir infrações nas estradas durante o pleito.