Em depoimento à Polícia Federal (PF), o general Estevam Theophilo negou ter envolvimento com a minuta do golpe. Segundo o ex-comandante do Comando de Operações Terrestres (COTER) do Exército, ele não tinha proximidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Estevam Teophilo afirmou que não lhe foi apresentada nenhuma minuta do instrumento jurídico que o ex-presidente tinha a intenção de usar, que não tinha tropas e que não conhecia quaisquer planos de prisão ou de monitoramento e vigilância ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
No depoimento, liberado pelo próprio Moraes, Theophilo afirmou não ter participado da elaboração da nota “às instituições e o Povo Brasileiro”, emitida pelos comandantes das Forças.
O general também disse que não tinha encontros pessoais com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, e que não concordou com o conteúdo da “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro”.
Ao ser questionado sobre a relação com o coronel Cleverson Ney Magalhães, Theophilo disse que não havia relação de subordinação. Em relação às reuniões no Palácio da Alvorada, afirmou que esteve a pedido do comandante do Exército.
Ainda segundo Theophilo, apesar de ter ficado sozinho com Bolsonaro, não tratou com ele de possível minuta de golpe ou utilização de Garantia de Lei e da Ordem (GLO), estado de defesa, estado de sítio ou intervenção federal, como apontado por outras fontes que depuseram à PF.
Ele também afirmou ter sido chamado para uma conversa de “desabafo” do ex-presidente, mas que não sabe o motivo, pois “não tinha relação pessoal” com Bolsonaro.
A PF chegou a apresentar um áudio em que o general era citado, bem como a edição de “um decreto”. Segundo a polícia, Theophilo pediu para exercer o direito de permanecer em silêncio.
*Sob supervisão de Lucas Schroeder, da CNN, em São Paulo
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