A cotação do euro comercial chegou a bater R$ 6 nesta segunda-feira, registrando o maior valor desde o período da pandemia de Covid-19.
As 16h o euro chegou a bater R$ 6,05. Desde o começo do ano a cotação do euro subiu 13%, com os mercados preocupados com a situação fiscal do Brasil.
Nem mesmo as eleições europeias e francesas, que provocaram turbulências nos mercados da União Europeia, alteraram essa valorização do euro em comparação ao real.
A moeda brasileira também perdeu força em comparação ao dólar, chegando a R$ 5,60. O mesmo patamar da época da pandemia.
Desde o começo do ano, o real se desvalorizou cerca de 18% em comparação ao dólar.
Real é moeda que mais se desvalorizou no mundo
O real se tornou a moeda que mais se desvalorizou entre 33 moedas no mundo.
O péssimo desempenho do real se explica com a deterioração do cenário fiscal brasileiro, principalmente por causa das dúvidas sobre a sustentabilidade da dívida pública brasileira e a recusa de Lula em cortar gastos públicos.
Os ataques contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também contribuíram para aumentar as incertezas dos mercados.
Lula está pressionando para uma redução da taxa básica de juros (Selic), e o mercado está prevendo que na mudança no comando no Banco Central, que ocorrerá em 2025, está provocando uma alta nas expectativas de inflação. Contribuindo com a desvalorização do real frente ao dólar e ao euro.
Declarações de Lula provocam alta do dólar
As recentes declarações do presidente Lula sobre os gastos públicos também geraram uma alta do dólar.
Entretanto, Lula considerou que suas declarações não tem nada a ver com a alta do dólar, chamando os jornalistas que ligaram os dois fatos de “cretinos”.