sábado, novembro 23, 2024
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EUA querem parceria com o Brasil para minerais críticos

Os Estados Unidos anunciarão uma integração da cadeia de suprimentos de minerais críticos do Brasil e em transição energética, conforme revelou a embaixadora norte-americana no país, Elizabeth Bagley. Ela deu as declarações em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, divulgada nesta terça-feira, 14.

Minerais críticos são indispensáveis para a produção de equipamentos de alta tecnologia, como nióbio, grafeno, níquel e terras raras. A revelação está alinhada com a presidência do Brasil no G20 e pode aumentar as tensões com a China, que disputa com os EUA esses recursos em meio à guerra fria tecnológica.

Apoio dos EUA nas eleições de 2022

Durante as eleições de 2022 no Brasil, os EUA demonstraram um apoio incomum à integridade do processo eleitoral. O conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, e o secretário de Defesa, Lloyd Austin, visitaram o Brasil para dialogar com o então presidente Jair Bolsonaro (PL) e com militares.

“Temos uma história com o Brasil, são duzentos anos de relações bilaterais”, afirmou Elizabeth. “A democracia no Brasil é muito importante para nós, e tivemos nossos próprios problemas com a democracia na última eleição. O Brasil tem instituições democráticas, mas a democracia é sempre frágil, e freios e contrapesos são muito importantes.”

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Ela também destacou que Austin queria assegurar que os militares fossem parte do processo democrático.

Esforços de nearshoring dos EUA

O Brasil está envolvido nos esforços de nearshoring dos EUA, que visam a utilizar mais fornecedores de países aliados ou geograficamente próximos.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, têm discutido o assunto. Segundo Elizabeth, “eles realmente se respeitam e gostam um do outro, e ela sente muito fortemente que o Brasil deveria fazer parte [do nearshoring]”.

A discussão sobre minerais críticos e a Parceria para Infraestrutura e Investimento Global também está em pauta, embora o Brasil ainda não seja membro dessa parceria.

Questão do TikTok

Sobre o TikTok, Elizabeth comentou que, embora a Índia e os EUA tenham banido o aplicativo, ela não pode aconselhar outros países a fazer o mesmo, pois se trata de uma questão de soberania.

“Mas, pela primeira vez, temos acordo bipartidário [na lei sobre o TikTok], porque é uma questão de segurança, como é, no final das contas, tudo o que a China faz”, ressaltou.

Contribuição dos EUA para o Fundo Amazônia

A respeito da contribuição dos EUA para o Fundo Amazônia, anunciada por Biden durante seu encontro com Lula na Casa Branca no início do ano passado, Elizabeth explicou que apenas $3 milhões foram entregues até agora, apesar do compromisso de US$ 500 milhões em cinco anos.

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Os US$ 47 milhões já prometidos ainda estão pendentes de liberação, e espera-se que sejam desembolsados até o final deste ano. “Vamos ver o que acontece com a composição do Congresso no próximo ano”, disse ela.

Visões sobre Gaza e Ucrânia

Em relação a Gaza e Ucrânia, Elizabeth afirmou que os EUA e o Brasil concordam mais do que discordam. Segundo ela, durante a reunião de Blinken com Lula, os objetivos foram alinhados: a libertação de reféns, seguida por um cessar-fogo temporário, depois um cessar-fogo permanente e, quando os reféns estiverem seguros, iniciar negociações para uma solução de dois Estados.

“Concordamos totalmente com isso”, afirmou Elizabeth.

Posição de Lula sobre a Venezuela

Sobre a Venezuela e a exclusão de candidatos da oposição, como Maria Corina Machado, Elizabeth destacou que Lula criticou Maduro pela primeira vez, o que ela considerou construtivo.

“Sim”, disse Elizabeth. “Acho que [Lula] tem de criticar, porque ele tem mais poder sobre Maduro do que qualquer outra pessoa.” Ela também elogiou a postura “assertiva” de Lula sobre a ameaça venezuelana em Essequibo, na Guiana.

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Via Revista Oeste

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