sexta-feira, novembro 22, 2024
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EUA podem limitar produção de SUVs e caminhonetes; entenda

SUVs e caminhonetes estão entre os modelos favoritos dos brasileiros. E essa é uma característica nossa, muito parecida, aliás, com o gosto do público americano. A fotografia do trânsito na Europa é bem diferente. Assim como no Japão, por exemplo, onde os veículos menores são ampla maioria.

A indústria nunca viu isso como um problema. Está mais para uma vantagem: esses carros grandes são bem mais caros para vender e não tão mais caros para produzir. Ou seja, a margem de lucro deles é bem maior.

E, de verdade, eles são bem bonitos. Tecnológicos. E seguros. Mas seguros, sobretudo, para quem está dentro do veículo. A história é um pouco diferente para quem está fora.

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Estudos realizados nos EUA mostram um aumento no número de vítimas no trânsito nos últimos anos. Os carros matam cerca de 40 mil americanos anualmente. Desse total, mais de 7 mil são pedestres.

Em 2013, o trânsito americano matou 4.779 pedestres. Em 2023, foram 7.522 – um salto de 57%! Essa alta ocorre num momento em que a indústria está entregando veículos cada vez maiores e mais pesados.

Uma reportagem da revista The Economist mostra que, em 2018, 22% dos novos carros americanos pesavam mais de 5 mil libras (2,27 toneladas). Esse percentual subiu para 31% em 2023. E, com a popularização dos elétricos, esse peso tende a aumentar ainda mais. Uma caminhonete Ford F-150 Lightning, por exemplo, pesa 6.500 libras, ou seja, praticamente 3 toneladas!

Novas regras para a indústria

Mudanças visam diminuir as fatalidades no trânsito, sobretudo envolvendo pedestres – Imagem: William A. Morgan/Shutterstock
  • Esses dados levaram a National Highway Traffic Safety Administration a propor novas regras para a indústria, visando aumentar a segurança dos pedestres.
  • Em comunicado divulgado nesta semana, a NHTSA sugere que as empresas passem a fazer testes de colisão para simular o impacto da batida contra a cabeça de uma pessoa.
  • As montadoras teriam que utilizar manequins de adultos e de crianças para medir o tamanho do estrago.
  • O órgão de trânsito afirma que as mudanças podem salvar até 67 vidas por ano.
  • Apesar de não falar especificamente sobre SUVs e caminhonetes, a nova determinação tem como alvo esses dois tipos de veículos.
  • De acordo com o Insurance Institute for Highway Safety, o tamanho do carro, especialmente a altura do capô, desempenha um papel crítico na equação da sobrevivência de um pedestre a um atropelamento.
  • Veículos com alturas de capô de mais de 1 metro e extremidades dianteiras anguladas em mais de 65 graus tem 44% mais probabilidade de causar fatalidades.

Um primeiro passo

Vale destacar que a Administração Nacional de Segurança no Tráfego Rodoviário dos EUA apresentou uma proposta – e vai ouvir sugestões pelos próximos dois meses. Só depois disso é que a nova regra será de fato, ou não, promulgada.

Especialistas comemoraram o que chamaram de primeiro passo. Entre eles está Cathy Chase, presidente da Advocates for Highway and Auto Safety:

“Considerando que a NHTSA estima que o novo padrão salvaria 67 vidas por ano, é um passo na direção certa, mas ainda fica atrás do que a Europa fez com sucesso”, disse ela ao site The Verge.

Chase citou a Europa, onde vários países endureceram as regras contras os utilitários. Em Paris, por exemplo, os proprietários desse tipo de carro devem pagar uma taxa extra para estacionarem seus veículos no centro.

A regra americana seria muito mais branda. É importante dizer que os EUA não estão “criminalizando” SUVs e caminhonetes. Só querem aumentar os procedimentos de segurança, diante do elevado número de vítimas do trânsito nos últimos anos.

Visão aérea de trânsito nos Estados Unidos
Especialistas defendem a adoção de mias medidas para diminuir a letalidade do trânsito dos EUA – Imagem: Michael Gancharuk/Shutterstock

Se as mortes diminuírem de fato depois dessa mudança, aí sim poderemos presenciar uma verdadeira revolução no design dos carros americanos. Mas, como disseram os especialistas, esse seria apenas o primeiro passo.

Eles defendem a adoção de outras práticas, que incluem limites de velocidade mais baixos, melhorias de infraestrutura e maior fiscalização das leis de trânsito do país.

As informações são do The Verge.

Via Olhar Digital

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