Os militares dos Estados Unidos realizaram ataques aéreos como retaliação na segunda-feira (25) no Iraque, após um ataque de drone no início do dia por grupos alinhados ao Irã ter deixado um soldado americano em estado crítico e ter ferido outros dois agentes, disseram autoridades.
O confronto é uma demonstração de como a guerra entre Israel e o Hamas está repercutindo no Oriente Médio, criando um ambiente que transformou as tropas dos EUA em bases no Iraque e na Síria em alvos.
Grupos alinhados ao Irã no Iraque e na Síria se opõem à ofensiva israelense na Faixa de Gaza e responsabilizam parcialmente os Estados Unidos.
Sob a direção do presidente Joe Biden, os militares dos EUA realizaram os ataques no Iraque, provavelmente matando “vários militantes do Kataib Hezbollah” e destruindo múltiplas instalações usadas pelo grupo, segundo os militares americanos.
“Estes ataques têm como objetivo responsabilizar os elementos diretamente responsáveis pelos ataques às forças da coalizão no Iraque e na Síria e degradar a sua capacidade de continuar os ataques. Protegeremos sempre as nossas forças”, destacou o general Michael Erik Kurilla, chefe do Comando Central dos EUA.
Uma base dos Estados Unidos em Erbil, no Iraque, que abriga forças americanas, foi atacada por um drone na manhã de segunda-feira. A base foi alvo de ataques em outras oportunidades.
A Reuters informou sobre outro ataque significativo de drones ao quartel da base de Erbil em 26 de outubro, que passou pelas defesas aéreas dos EUA, mas não conseguiu detonar.
O Pentágono não divulgou detalhes sobre a identidade do militar gravemente ferido nem ofereceu mais informações sobre os ferimentos sofridos no ataque. Também não deu detalhes sobre como o drone passou pelas defesas aéreas da base.
“Minhas orações estão com os corajosos americanos que ficaram feridos”, afirmou o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, em comunicado.
Retaliação dos EUA
O Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca disse que Biden foi informado sobre o ataque na segunda-feira e ordenou ao Pentágono que preparasse opções de resposta contra os responsáveis.
“O presidente não tem prioridade maior do que a proteção dos agentes americanos que servem em áreas de perigo. Os Estados Unidos agirão no momento e da maneira que escolhermos, caso esses ataques continuem”, advertiu a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Adrienne Watson.
Ainda assim, não está claro se a retaliação dos EUA irá impedir ações futuras contra suas forças, que estão destacadas no Iraque e na Síria para evitar o ressurgimento de integrantes do Estado Islâmico.
Os militares dos Estados Unidos foram atacados ao menos 100 vezes no Iraque e na Síria desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em outubro, geralmente com foguetes e drones de ataque.
O complexo da embaixada dos EUA em Bagdá também foi alvo de tiros de morteiro no início de dezembro, a primeira vez que o estabelecimento foi atacado em mais de um ano em grande escalada.
Os últimos problemas ocorreram menos de uma semana depois de Austin voltar de uma viagem ao Oriente Médio focada na contenção dos esforços de grupos alinhados com o Irã para ampliar a guerra entre Israel e o Hamas.
Essa operação inclui a criação de uma coligação marítima liderada pelos EUA para proteger o comércio do Mar Vermelho, que está sendo alvo de ataques de drones e mísseis contra navios comerciais por rebeldes Houthi no Iêmen.
O Pentágono pontuou na quinta-feira que mais de 20 países concordaram em participar da nova coalizão, conhecida como Operação Guardião da Prosperidade.