O governo dos EUA informou nesta segunda-feira, 13, que aplicarão novas restrições sobre as exportações de chips e tecnologia de inteligência artificial (IA).
As novas regras dividirão o mundo para manter o poder de computação avançado nos EUA e entre seus aliados, e bloquear o acesso da China para a tecnologia.
O número de chips de IA que poderão ser exportados para a maioria dos países será limitado.
O acesso ilimitado à tecnologia de IA será permitido apenas para os EUA para seus aliados mais próximos.
Ao mesmo tempo será mantido um bloqueio nas exportações para China, Rússia, Irã e Coreia do Norte.
“Os EUA lideram a IA nesse momento, tanto no desenvolvimento de IA quanto no design de chips de IA, e é fundamental que continuemos assim”, disse a secretária de Comércio americana, Gina Raimondo.
EUA querem limitar exportação de chips para a China
As regulamentações fazem parte do esforço levado adiante nos últimos quatro anos pelo governo de Joe Biden para dificultar o acesso da China a chips avançados que podem aprimorar suas capacidades militares.
O objetivo é buscar a liderança dos EUA na Inteligência Artificial fechando brechas e adicionando novas barreiras para controlar o fluxo de chips e o desenvolvimento global de tecnologias de IA.
Embora não esteja claro como o novo governo do presidente eleito Donald Trump aplicará as novas regras, as duas administrações compartilham visões semelhantes sobre a ameaça representada pela China.
Novos limites serão colocados em unidades avançadas de processamento gráfico (GPUs), usadas para alimentar data centers necessários para treinar modelos de IA.
A maioria desses chips é feita pela Nvidia, empresa baseada na Califórnia.
Principais provedores de serviços em nuvem, como a Microsoft, Google e Amazon, poderão buscar autorizações para construir data centers em outros países.
Para obter esses documentos as empresas deverão cumprir condições e restrições rigorosas, incluindo requisitos de segurança.
O governo Biden impôs restrições dura ao acesso da China a chips avançados e aos equipamentos para produzi-los, atualizando os controles anualmente para endurecer as restrições, até mesmo contra países que poderiam desviar a tecnologia para a China.
Fabricantes de chips criticam novas restrições
Os fabricantes de chips criticaram as novas restrições. A Nvidia chamou a regra de “excesso radical” e disse que a Casa Branca iria reprimir “tecnologia que já está disponível em PCs de jogos convencionais e hardware de consumo”.
Para o provedor de data center Oracle as regras entregariam “a maior parte do mercado global de IA e GPU aos nossos concorrentes chineses”.
A regulamentação divide o mundo em três grupos:
- cerca de 18 países, incluindo Japão, Grã-Bretanha, Coreia do Sul e Holanda, estarão essencialmente isentos das regras.
- cerca de 120 outros países, incluindo Cingapura, Israel, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos enfrentarão limitações.
- países sob embargo por parte dos EUA, como Rússia, China e Irã serão impedidos de receber a tecnologia por completo.
Além disso, provedores sediados nos EUA que receberão autorizações globais, como AWS e Microsoft, poderão implantar apenas 50% de seu poder total de computação de IA fora dos Estados Unidos, não mais do que 25% fora dos países de Nível 1 e não mais do que 7% em um único país que não seja de Nível 1.
A IA tem o potencial de aumentar o acesso à saúde, educação e alimentação, entre outros benefícios, mas também pode ajudar a desenvolver armas biológicas, dar suporte a ataques cibernéticos e auxiliar na vigilância e outros abusos de direitos humanos.
“Os EUA precisam estar preparados para rápidos aumentos na capacidade da IA nos próximos anos, o que pode ter um impacto transformador na economia e na nossa segurança nacional”, disse o Conselheiro de Segurança Nacional americano, Jake Sullivan.