Hackers iranianos enviaram e-mails com material roubado da campanha do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump para pessoas associadas a Joe Biden.
A ação teria ocorrido antes do atual presidente do país desistir de buscar a reeleição. A informação foi divulgada nesta quarta-feira, 18, pelo Federal Bureau of Investigation (FBI, na sigla em inglês), Office of the Director of National Intelligence (ODNI) e Cyber Defense Skilling Academy (Cisa)
Em comunicado conjunto, os órgãos afirmaram que a ação visava “semear a discórdia” e influenciar o processo eleitoral norte-americano.
Segundo as agências, “atores cibernéticos maliciosos iranianos” enviaram, no fim de junho e início de julho, e-mails “não solicitados a indivíduos então associados à campanha” de Biden. Esses e-mails continham trecho de um documento “roubado e não público da campanha” de Trump.
Biden desistiu de concorrer à reeleição em 21 de julho. A vice dele, Kamala Harris, é a candidata do Partido Democrata à Casa Branca.
“Não há informações indicando que esses destinatários responderam”, declararam as agências. De acordo com o comunicado, desde junho, hackers iranianos enviam “material roubado e não público associado à campanha do ex-presidente Trump” para empresas de mídia dos EUA.
“Essa atividade cibernética maliciosa é o exemplo mais recente da abordagem multifacetada do Irã, conforme observado na declaração conjunta de agosto, para fomentar a discórdia e minar a confiança em nosso processo eleitoral”, lê-se na nota.
“Atores estrangeiros estão aumentando suas atividades de influência eleitoral à medida que nos aproximamos de novembro”, acrescenta o texto. “Em particular, Rússia, Irã e China estão tentando, de alguma forma, exacerbar as divisões na sociedade dos EUA para seu próprio benefício e veem os períodos eleitorais como momentos de vulnerabilidade.”
Campanha de Kamala diz desconhecer recebimento de documentos de Trump
Um porta-voz da campanha de Kamala Harris afirmou à agência de notícias Reuters que não tem conhecimento de nenhum material enviado diretamente para ele ou outros integrantes do comitê democrata.
A missão permanente do Irã na Organização das Nações Unidas (ONU) declarou que as acusações das agências norte-americanas eram “infundadas e totalmente inadmissíveis”.
O Irã afirmou que “não tem nenhum motivo nem intenção de interferir nas eleições dos EUA”.