Um estudo do Senai mostrou que o Brasil vai precisar formar três mil profissionais por ano para expandir a transição energética por meio da produção de hidrogênio verde. A pesquisa foi realizada com 128 especialistas a partir de uma parceria com estudiosos da Alemanha e considerou três níveis de ocupação: médio, baixo e alto.
Para 48% dos entrevistados, as condições para a transição já estão sendo implementadas no país. Outros 37% citaram a importância de plantas-piloto para a produção do elemento, e 35% defenderam a expansão de acordos internacionais na área.
Segundo o levantamento, a demanda por técnicos especializados será fundamental para instalar e manter as plantas de produção do combustível limpo. Atualmente, o país tem um centro de excelência no Rio Grande do Norte e cinco laboratórios regionais (Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Bahia e Ceará) coordenados pelo Senai.
Em agosto deste ano, o governo federal publicou a Política Nacional do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono, que é considerada um marco legal do setor. O documento não só cria mecanismos de incentivo à produção de energia, com redução de tributos, como também define leis para emitir certificações.
O que é o hidrogênio verde?
Apesar de ser o elemento mais comum na natureza, o hidrogênio dificilmente é encontrado de forma isolada. Quando o processo de separação é feito por sistemas de energia considerados limpos, como a eletrólise da água, o hidrogênio é classificado como verde.
Cada país tem definido uma cota própria de emissão de dióxido de carbono permitida para a produção do hidrogênio verde e renovável. No Brasil, as novas regras estão previstas para começar a valer a partir de dezembro de 2030.
Especialistas acreditam que o hidrogênio é a principal aposta para utilizar combustível sem emissão de gás carbônico na atmosfera, reduzindo, por exemplo, as consequências do efeito estufa.