quinta-feira, julho 4, 2024
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Estudo revela nível sem precedentes de CO2 em 50 mil anos de gelo antártico

Um estudo colaborativo da Oregon State University (OSU) e da Universidade de St Andrews, apoiado pela Fundação Nacional de Ciências dos EUA, revelou uma linha do tempo de 50.000 anos dos níveis de dióxido de carbono (CO2) atmosférico. Esta descoberta foi possibilitada pela análise de pequenas bolhas de gás presas no gelo da Antártica, especificamente do núcleo de gelo WAIS (West Antarctic Ice Sheet) Divide, que foi perfurado a uma profundidade de 3,2 km.

A Professora Assistente Kathleen Wendt, da OSU, autora principal do estudo, enfatizou a taxa sem precedentes de aumento de CO2 atualmente. “A taxa de mudança de CO2 hoje realmente é sem precedentes”, afirmou Wendt. A pesquisa foi publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Nível de CO2 flutua historicamente, mas nunca como agora

(Imagem: Katherine Stelling, Oregon State University)
  • A equipe de pesquisa descobriu que os níveis históricos de CO2 flutuaram, com aumentos naturais de cerca de 14 partes por milhão (ppm) ocorrendo em períodos de 55 anos aproximadamente a cada 7.000 anos.
  • Em contraste, os níveis atuais de CO2 estão aumentando na mesma quantidade a cada cinco a seis anos, uma taxa 10 vezes mais rápida do que qualquer período dos últimos 50.000 anos.
  • O estudo também destacou picos nos níveis de CO2 durante intervalos frios no Atlântico Norte, conhecidos como eventos de Heinrich, que estão associados a mudanças climáticas significativas.
  • De acordo com o Professor Associado Christo Buizert, esses eventos provavelmente resultam do colapso da camada de gelo da América do Norte, desencadeando uma série de reações ambientais, incluindo o aumento das emissões de CO2 dos oceanos.

Oceano Antártico pode parar de absorver dióxido de carbono

Uma grande preocupação é o impacto potencial na capacidade do Oceano Antártico de absorver CO2. À medida que o clima aquece, espera-se que os ventos oeste do Hemisfério Sul se fortaleçam, reduzindo a capacidade do Oceano Antártico de sequestrar o CO2 gerado pelo homem. Essa redução pode levar a um perigoso ciclo de feedback, exacerbando o aquecimento global.

“Dependemos do Oceano Antártico para absorver parte do dióxido de carbono que emitimos, mas o rápido aumento dos ventos do sul enfraquece sua capacidade de fazer isso”, explicou Wendt.

Os resultados destacam a importância de compreender as flutuações históricas de CO2 para prever melhor a dinâmica climática futura e direcionar intervenções de forma eficaz.

Via Olhar Digital

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