Um novo estudo divulgado recentemente revelou a existência de duas espécies de beija-flores gigantes nos Andes, contrariando a suposição anterior de que apenas uma espécie habitava essa região.
Pesquisa revela existência de duas espécies de beija-flores gigantes nos Andes
- Um estudo recente revelou a existência de duas espécies distintas de beija-flores gigantes nos Andes, desafiando a suposição anterior de que apenas uma espécie habitava a região;
- Publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, o estudo apontou pequenas diferenças físicas, mas diferenças significativas nos estilos de vida: uma espécie migra longas distâncias, enquanto a outra permanece em altas altitudes durante todo o ano;
- Liderada por Jessie Williamson, da Universidade de Cornell, a pesquisa utilizou análises genômicas e rastreamento via satélite, revelando que os beija-flores do norte vivem nos Andes o ano todo, enquanto os do sul migram da costa para as montanhas, atingindo altitudes de até 4,1 km;
- A equipe nomeou as espécies como Patagona chaski (não migratória) e manteve Patagona gigas (migratória). A descoberta fornece novos insights sobre a diversidade e adaptações dessas aves, reforçando a importância de proteger suas rotas migratórias e habitats.
Este achado é parte de uma série de descobertas recentes que ampliam o entendimento da biodiversidade na América do Sul. Por exemplo, a produção da parte amazônica do documentário Pole to Pole, do National Geographic, descobriu uma variação de espécie de anaconda durante os trabalhos na floresta.
Essas descobertas sublinham a complexidade e a riqueza da fauna sul-americana, muitas vezes ainda subestimada em estudos científicos.
Pesquisa aponta diferenças e semelhanças entre beija-flores gigantes
Este estudo, publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, destaca as pequenas diferenças físicas entre as espécies, mas aponta para diferenças significativas em seus estilos de vida: uma das espécies migra longas distâncias, enquanto a outra permanece em altas altitudes durante todo o ano.
A descoberta dos beija-flores gigantes foi conduzida por uma equipe liderada por Jessie Williamson, da Universidade de Cornell. “Esses pássaros são incrivelmente grandes, com cerca de oito vezes o tamanho de um beija-flor-de-garganta-vermelha comum,” explicou Williamson, em entrevista ao Cornell Chronicle.
Até então, sabia-se que alguns beija-flores gigantes migravam. Mas as análises genômicas revelaram quão distintas são essas duas populações.
Os pesquisadores encontraram que os beija-flores gigantes do norte vivem nos Andes durante todo o ano, enquanto os do sul migram da costa para as montanhas, alcançando altitudes de até 4,1 quilômetros.
Esta migração, embora curta em distância comparada a outras espécies migratórias, é notável pela variação extrema de altitude envolvida.
Chris Witt, da Universidade do Novo México, comparou as diferenças entre as duas espécies de beija-flores às diferenças entre chimpanzés e bonobos, destacando o significativo isolamento evolutivo entre elas.
“É surpreendente que esse mistério não tenha sido resolvido antes, considerando que essas espécies estão separadas há milhões de anos”, comentou Witt.
Cientistas seguem beija-flores gigantes em suas jornadas
A descoberta foi possibilitada pelo uso de tecnologia de rastreamento via satélite, que permitiu aos cientistas seguir os beija-flores gigantes em suas jornadas de migração.
A equipe rastreou oito pássaros em uma viagem de ida e volta de 8,3 mil quilômetros até o Peru, a maior migração de beija-flores já registrada.
Para distinguir as duas espécies, a equipe nomeou os beija-flores não migratórios como Patagona chaski e manteve o nome Patagona gigas para a espécie migratória.
Os resultados do estudo não apenas fornecem insights sobre a diversidade e adaptações dessas aves notáveis, mas também reforçam a importância de proteger suas rotas migratórias e habitats.