Embora a maior parte dos mamíferos se destaque por possuir uma postura ereta, inclusive os humanos, nossos primeiros ancestrais se assemelhavam mais a répteis, com o corpo na horizontal e os membros saindo para os lados.
Um novo estudo publicado nesta semana na Science Advances detalhou o processo evolutivo que fez com que os mamíferos deixassem de andar com a barriga colada ao chão e se tornassem animais eretos. Os pesquisadores descobriram que esta transição ocorreu de forma complexa e não linear, muito mais tarde do que se acreditava anteriormente.
Os pesquisadores analisaram espécies atuais e fósseis de espécies extintas, para entender como cada um dos animais se move e como seus membros funcionavam.
Os resultados apontaram que o desempenho locomotor frequentemente aumentou (com animais mais eretos) e depois voltava a cair (com animais de postura mais horizontal) ao longo de milhões de anos ao invés de progredir de forma linear – o que pode ser explicado em parte por eventos externos, como, por exemplo, a dominância dos dinossauros que fez com que mamíferos da época tenham tido que se esconder mais.
Além disso, algumas espécies extintas de mamíferos também pareciam se encontrar “no meio do caminho” entre as duas posturas – como os jacarés e crocodilos modernos, por exemplo. O estudo mostra como a postura ereta em mamíferos ocorreu bem mais tarde do que se pensava anteriormente.
“Usar essas novas técnicas com fósseis antigos nos permite ter uma perspectiva melhor de como esses animais evoluíram, e que não foi apenas uma história evolutiva simples e linear”, disse a professora Stephanie Pierce, do departamento de biologia evolutiva da Universidade de Harvard. “Foi realmente complicado e esses animais provavelmente estavam vivendo e se movendo em seus ambientes de maneiras que não tínhamos apreciado antes. Havia muita coisa acontecendo e os mamíferos de hoje são realmente muito especiais.”
Cientistas descobrem comunidade de animais escondida no fundo do mar