Neste sábado (9), cinco estudantes do Colégio da Polícia Militar de Salvador serão premiados pela NASA após descobrirem seis asteroides. A cerimônia será realizada no Complexo Cultural da República, em Brasília (DF).
Segundo o UOL, este é o segundo ano seguido que os alunos ganham esse prêmio. O grupo pertence ao projeto Caça Asteroides, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) brasileiro, que procura identificar corpos celestes que apresentam riscos à Terra.
História dos estudantes brasileiros no projeto do MCTI e premiação da NASA
- Anna Júlia Rocha, Maria Clara Ribeiro, Larissa Vieira, Robert Figueiredo e Jeferson Nascimento têm entre 16 e 17 anos;
- Eles entraram para o projeto do MCTI quando procuravam por uma atividade extracurricular;
- O grupo detectou os asteroides por meio de imagens obtidas por telescópios.
Detecção de asteroides
Os astrônomos definem um asteroide como sendo um pequeno pedaço de rocha que orbita o Sol. Eles costumam ficar no cinturão entre Marte e Júpiter, porém alguns deles podem se aproximar de nosso planeta e se tornar uma ameaça.
Quando são detectados, a NASA pode planejar estratégias de desvio e proteção contra esses corpos celestes. Para tentarem descobrir esses asteroides, os estudantes recebem da agência espacial estadunidense imagens captadas pelos telescópios espaciais, analisam dados e enviam relatórios à NASA com o que descobriram.
Segundo Figueiredo, “observamos o tipo de movimento do objeto, se é retilíneo ou não, e sua velocidade, se é constante ou variável. Analisando esses dados, seu tamanho e sua magnitude. [Então], conseguimos constatar se é um asteroide”.
O diretor do colégio dos garotos, o tenente-coronel Paulo José, está satisfeito com o feito e enfatiza o potencial do grupo de alunos. “A escola percebe que está no caminho certo à medida que estimula esses alunos a pensarem fora da caixinha. Sempre digo aos nossos alunos que eles são capazes de ser o que quiserem”, diz.
Materiais espaciais e a Terra
- A NASA aponta que caem na Terra, diariamente, 100 toneladas de materiais espaciais;
- Boa parte é poeira, areia e pequenas rochas, que se desintegram quando chegam à nossa atmosfera. Porém, alguns que sobrevivem a essa etapa podem causar grandes danos à Terra;
- Um exemplo recente foi o asteroide que atingiu a cidade de Tcheliabinsk (Rússia), em 2013. Cerca de 1,2 mil pessoas foram feridas com estilhaços de vidros que quebraram com a onda de choque causada pelo corpo celeste, visto por testemunhas como uma bola de fogo no céu;
- Há alguns meses, a agência espacial estadunidense executou, com sucesso, a missão DART, que visava tentar mudar a trajetória do asteroide Dimorphos, que orbita um ainda maior: Didymos;
- O objetivo era descobrir se temos capacidade de desviar um corpo celeste que ofereça perigo potencial ao nosso planeta;
- Em 2029, o asteroide Apophis passará mais próximo da Terra e sofrerá efeitos de nosso campo magnético, mas, segundo a NASA, pelo menos desta vez, ele não deve oferecer riscos ao planeta.