domingo, setembro 22, 2024
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Estudantes da USP impedem instalação de grades em moradia

Moradores do conjunto residencial da Universidade de São Paulo (USP) fazem vigília no local há nove dias. Eles guardam as entradas dos blocos G e F para impedir a instalação de grades visando ao controle de acesso aos apartamentos. Os manifestantes se revezam em colchonetes dispostos nos saguões dos blocos G e F.

São grupos pequenos, de quatro a cinco membros. Porém, a qualquer “sinal de perigo”, estudantes são convocados num grupo de WhatsApp.

A “mobilização” começou na manhã de 14 de agosto, data em que a reitoria pretendia instalar portões e realizar adequações — câmeras, pintura e mobiliário — na portaria dos prédios. Quando os funcionários chegaram para isso, foram recebidos com protestos.

Os manifestantes estão em vigília há nove dias, visando impedir a instalação de grades nas entradas dos blocos G e F para controle de acesso aos apartamentos. Os estudantes se revezam em pequenos grupos, de quatro a cinco pessoas, utilizando colchonetes nos saguões dos blocos.

Moradores alegam agressão por parte da guarda universitário

A guarda universitária foi chamada para manter a ordem. Alguns moradores alegam ter sofrido agressão. A Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (Prip), responsável pelas habitações, afirma estar investigando os eventos. Depois da confusão, os funcionários da USP deixaram o local.

“A vigília vai se manter, ao menos, até o fim de semana”, afirmou Daniel Lustosa, presidente da Associação de Moradores do Conjunto Residencial da USP (AmorCrusp), ao jornal Folha de S. Paulo. O projeto das grades tem causado controvérsias desde o início do ano.

A Prip alega que a intenção é melhorar a infraestrutura e a segurança. No entanto, os estudantes afirmam que a instituição ignora suas opiniões e planeja a obra para identificar os moradores irregulares.

No Crusp vivem cerca de 1,6 mil pessoas, das quais 300 estão em situação irregular, segundo a AmorCrusp.

“Acreditamos, sim, ser necessária uma política de proteção mais eficaz para dar conta dos casos de assédio, violência, agressão e furtos”, acrescentou Lustosa. “Porém, acreditamos que ela deve ser debatida profundamente. Isso não aconteceu.”

Posicionamento da USP

O campus da Universidade do São Paulo, ladeado de áreas verdes. Há uma enorme pedra fincada perto do centro da imagem
Campus da Universidade de São Paulo (USP) | Foto: Divulgação/USP

A USP informou que realizou três debates com os moradores nos dias 17, 1º e 4, abordando as principais preocupações em relação ao uso das grades para restringir moradores irregulares.

Muitos dos irregulares são ex-alunos ou pessoas que não conseguiram vagas nos editais da universidade e foram acolhidos por outros estudantes. A AmorCrusp defende a análise caso a caso, sem expulsões compulsórias.

A USP nega que a instalação das grades esteja relacionada ao monitoramento dos moradores irregulares. O acesso aos apartamentos continuará como sempre, com alunos apresentando carteirinha e visitantes sendo anunciados por interfone.

A Prip afirma estar aberta ao diálogo com os moradores. “Decidimos continuar construindo um diálogo democrático para definir as ações a serem realizadas”, afirmou, em nota.

Via Revista Oeste

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