Os estudantes da Universidade de São Paulo (USP) estão imitando os norte-americanos e deram início nesta terça-feira, 7, a um acampamento anti-Israel. As primeiras barracas foram montadas às 18h; duas horas depois, sete estavam erguidas, com 50 pessoas acompanhando os discursos pró-Palestina. Às 22h, o número de tendas pulou para 26.
Este é o primeiro protesto desse tipo em uma grande instituição de ensino no Brasil.
Os alunos da USP fizeram um abaixo-assinado em que exigem que a instituição, outras universidades e o governo brasileiro “rompam relações com o Estado de Israel”.
Os estudantes acusam universidades israelenses de contribuírem para o que eles consideram “o genocídio palestino” e pedem o fim dos convênios com a USP.
As instituições citadas pelos manifestantes são a Universidade de Haifa, a Universidade Hebraica de Jerusalém e a Universidade Ariel, esta última localizada em um dos maiores assentamentos israelenses na Cisjordânia, considerado “ilegal” pela comunidade internacional.
Discursos contra Netanyahu
O acampamento foi montado no vão do prédio de Geografia e História, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.
Os estudantes realizaram discursos em apoio à Palestina, com palavras de ordem contra Israel e o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.
O movimento é liderado pelo Comitê de Estudantes em Solidariedade ao Povo Palestino (ESPP), em conjunto com outras organizações estudantis.
A programação antissemita inclui debates e exibição de um filme sobre a Palestina.
Preocupação com antissemitismo
Antes do início do protesto, organizações judaicas no Brasil expressaram preocupação com o movimento.
A Federação Israelita do Estado de São Paulo alertou para o risco de as manifestações se tornarem violentas e disseminarem discursos de ódio contra judeus, em reprodução aos discursos dos terroristas palestinos do Hamas.