Começou, enfim, a tão aguardada “Era Carlo Ancelotti” na Seleção Brasileira.
E como foi?
Nada demais.
Mas também nada de menos.
O empate em 0 a 0 com o Equador, em Guayaquil, pelas Eliminatórias da Copa de 2026, foi daqueles jogos mornos e sonolentos.
A expectativa era alta.
Houve até relatos de restaurantes em São Paulo suspendendo entregas durante o jogo, como se fosse Copa do Mundo.
Mas o que se viu em campo foi um Brasil travado e ainda em busca de identidade (o que, sejamos justos, é natural no primeiro jogo de um novo treinador).
Ancelotti fez alguns bons testes.
Gostei de ver Alexsandro, do Lille, que foi uma grata surpresa.
Casemiro voltou, e só sua presença já dá uma solidez diferente ao meio de campo.
E o jovem Estêvão, do Palmeiras, mesmo sem brilho, merece sequência (talento ele tem de sobra!).
Mas é bom alinhar as expectativas.
Não dava para esperar mágica!
Nosso problema nunca foi apenas de comando.
É, principalmente, de material humano.
Temos muitos jogadores “nota 7”, bons para compor elenco, mas poucos protagonistas.
Falta aquele cara de “saco roxo”, como a gente dizia antigamente, que resolvia a vida do escrete canarinho quando a situação estava feia.
E, sim, não levar gol já é motivo para comemorar.
Porque vínhamos sendo vazados por qualquer adversário nas Eliminatórias.
E o Equador, vale lembrar, é hoje o vice-líder da competição e jogava em casa, com estádio lotado.
No frigir dos ovos, a estreia de Ancelotti foi uma espécie de “vitória do zero a zero”.
Nada de vexame, o que já é um avanço.
Mas também sem empolgar, o que é desalentador para quem sonha com a taça em 2026.
O torcedor precisa entender que Ancelotti não é mágico
E que só com tempo e com paciência ele pode encontrar um padrão de jogo que eleve esse elenco ao nível necessário para competir de verdade.
Em resumo, foi uma estreia protocolar, sem grandes sustos, mas também sem sinais de revolução.
Ancelotti inicia sua caminhada sabendo que terá muito trabalho pela frente e que o torcedor, carente de protagonismo, cobra resultados rápidos mesmo quando o contexto pede calma.
Ainda é cedo para julgar, mas não é cedo para observar: o Brasil precisa reencontrar sua identidade, e isso passa por ajustes táticos, renovação inteligente e, principalmente, pela valorização da coletividade num time que já não tem heróis prontos no elenco.
O novo ciclo começou.
Agora, resta saber se ele vai para frente se vai patinar de forma desanimadora, como tem sido nos últimos anos.