Dois contratempos que aconteceram nos Estados Unidos nesta semana na corrida com a China até a Lua ilustram os riscos dos planos da Nasa de apostar em uma nova estratégia fortemente dependente de empresas privadas.
Atrasos recentes no programa lunar Artemis, da agência espacial dos EUA, e um problema de propulsão que inviabilizou o veículo lunar robótico da empresa norte-americana Astrobotic destacam as dificuldades enfrentadas pelo único país que já pisou na Lua.
Os EUA planejam enviar astronautas de volta à Lua no final de 2026. O país visava 2025, mas adiou a previsão nesta semana. Já a China tem como meta para seus pousos tripulados o ano de 2030. Antes da chegada dos humanos, cada potência espacial planeja enviar várias missões robóticas de menor porte para examinar a superfície lunar. O programa da China, financiado pelo governo do país, tem obtido uma série de conquistas.
O veículo lunar da Astrobotic transportava sete instrumentos da Nasa que serviriam para inspecionar a superfície lunar. Embora o módulo de pouso não chegue à superfície intacto, outras três missões privadas patrocinadas pela Nasa, incluindo uma segunda tentativa da Astrobotic, estão planejadas para este ano.
A Nasa está se apoiando fortemente em outras empresas, como a SpaceX, de Elon Musk — que pagará pelo uso de sua espaçonave de pouso lunar Starship HLS — para reduzir o custo de suas missões. As últimas viagens tripuladas à Lua foram as missões Apollo dos EUA há mais de meio século, quando a Nasa era proprietária de todas as espaçonaves envolvidas.
“Eu acho que a China tem um plano muito agressivo”, disse o chefe da Nasa, Bill Nelson, na terça-feira, após anunciar o adiamento da missão Artemis.
“Eu acho que eles gostariam de pousar antes de nós”, ele afirmou. “Mas, na verdade, não acho que eles conseguirão.”
(Reportagem de Joey Roulette)
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