O governador do Acre, Gladson Cameli (PP), se disse tranquilo em relação à denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) de corrupção em que pede o afastamento dele do cargo.
“Eu confio na Justiça. Isso já era esperado, estou pronto para me defender de tudo aquilo que se tratar e tirar todas as dúvidas. Essa situação já está há um tempo. É um pedido que já foi feito e negado pela Justiça”, disse à CNN.
Cameli também declarou que na denúncia da PGR “não houve fatos novos”. “Estou com a cabeça tranquila”, completou.
Na quinta-feira (30), a PGR denunciou o governador do Acre e outras doze pessoas, incluindo sua esposa, dois irmãos, servidores e empresários.
Eles foram acusados pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e fraude a licitação. A denúncia foi apresentada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) pelo subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos. O caso está com a ministra Nancy Andrighi.
Segundo a denúncia, os crimes começaram em 2019 e teriam causado prejuízos de quase R$ 11,7 milhões aos cofres públicos.
O caso é relacionado com as investigações da operação Ptolomeu, que apurou um esquema de desvio de recursos públicos e de lavagem de dinheiro. A investigação foi desencadeada pela Polícia Federal (PF) e PGR, com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU).
Segundo a PGR, Cameli comandou um esquema de fraude de licitações, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, por meio de contratação fraudulenta de empresas.
Foram apuradas supostas irregularidades na contratação da empresa Murano Construções LTDA, que teria recebido R$ 18 milhões dos cofres públicos para a realização de obras de engenharia viária e de edificação.
Conforme a denúncia, a Murano contratou empresas para tocar as obras contratadas. Uma das companhias subcontratadas teria como sócio um irmão do governador.
“De acordo com as investigações, a empresa Murano Construções e empresas subcontratadas – uma das quais tem como sócio Gledson Cameli, irmão do governador – teriam pagado propina ao chefe do Executivo estadual em valores que superam os R$ 6,1 milhões, por meio do pagamento de parcelas de um apartamento em bairro nobre de São Paulo e de um carro de luxo”, disse a PGR.
A PGR afirmou que o esquema teria causado um sobrepreço de R$ 8,8 milhões, além de um superfaturamento de R$ 2,9 milhões nos serviços contratados pelo Acre com a Murano.
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