Luis Stuhlberger, presidente e diretor de investimentos da Verde Asset, expressou seu arrependimento por ter confiado nas medidas fiscais do governo Lula.
“Eu me penitencio por ter acreditado que o PT teria alguma seriedade fiscal”, declarou Stuhlberger durante o Verde Day, evento anual da gestora.
Segundo o executivo, a “ficha caiu” quando o governo decidiu mudar as metas para os resultados das contas primárias dos próximos anos e encaminhou o projeto orçamentário de 2025 prevendo um aumento das despesas no limite do marco fiscal, de 2,5%, indicando um aumento de receitas de 3,5%.
Para Stuhlberger esse orçamento não passa de uma “peça de ficção”. Mas o gestor também definiu 2024 como um ano “extremamente frustrante e decepcionante”.
Stuhlberger alerta sobre a postura do Banco Central
Stuhlberger explicou que decidiu ajustar suas estratégias de investimento devido à deterioração das condições fiscais do país, após perdas no ano anterior relacionadas à situação das contas públicas.
O executivo ressaltou a facilidade em alterar as regras fiscais e a falta de credibilidade nas políticas, que levaram a um aumento do risco fiscal.
Mesmo com a queda da inflação e a situação favorável nas contas externas do Brasil, Stuhlberger alertou que o Banco Central deve adotar uma postura mais agressiva no controle da inflação, mantendo a taxa básica de juros elevada.
Ele acredita que o Banco Central tende a endurecer sua postura, reduzindo o ritmo de cortes da Selic e adotando uma comunicação mais rígida.
Stuhlberger também mencionou as reformas prejudicadas pelas novas despesas do governo Lula, o que limita o espaço para gastos nos próximos anos.
Mudanças na carteira de investimentos de Stuhlberger e alerta para possíveis práticas fiscais questionáveis
Diante do cenário, Stuhlberger realizou mudanças em sua carteira de investimentos, trocando títulos públicos brasileiros por títulos do Tesouro dos Estados Unidos, apostando na diferença de taxas, o “spread”.
Ele alertou para possíveis práticas de contabilidade criativa para acomodar despesas fora do orçamento, diante da falta de margem para aumentar impostos.
Essas ações refletem a preocupação do gestor com a situação fiscal do Brasil, por causa das escolhas de política econômica do governo Lula, e suas repercussões nos investimentos.