domingo, novembro 24, 2024
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Este besouro finge ser cupim para ser alimentado

Pesquisadores do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP) descobriram novo tipo de besouro que se passa por cupim para ser alimentado por outros insetos. Trata-se de adaptação tanto física, na aparência e estrutura, quanto química, que permite ao animal se infiltrar dentro de cupinzeiros, fingindo ser um deles.

Besouro ou cupim?

  • O besouro Austrospirachtha carrijoi é uma espécie pequena e parasitária e foi encontrada na Austrália pelo pesquisador Tiago Carrijo, doutor em Entomologia pela USP;
  • O que difere essa espécie de outros besouros é a capacidade de se passar por cupim, tanto na forma física quanto na composição química;
  • De acordo com o pesquisador Bruno Zilberman, um dos autores do artigo que relata a descoberta, besouros comuns têm corpo endurecido, mas essa espécie passou, especificamente, por processo de adaptação, que permite expandir o abdômen de forma que ele fique inflado com aspecto membranoso;
  • Isso o deixa entrar em cupinzeiros e se disfarçar de cupim. Além disso, ao olhar o inseto de cima, sua estrutura também se assemelha a de um cupim, dificultando a identificação;
  • Ainda, de acordo com o Jornal da USP, os cupins são cegos e não enxergam a similaridade do besouro, mas são bons com os sensores químicos, podendo perceber a diferença no “cheiro”. No entanto, o animal também consegue disfarçar esse aspecto para se infiltrar, além de imitar o comportamento.
(Imagem: Cedida pelo pesquisador/Jornal da USP)

Por que o besouro faz isso?

O besouro em questão é um parasita social. Ele imita o aspecto químico e visual do cupim para se infiltrar nos cupinzeiros e ser alimentado. Porém, ele não trabalha para conseguir esse alimento, como outros cupins fazem.

Além disso, o besouro usa o mimetismo visual como estratégia para enganar possíveis predadores, já que, olhando de cima, ele não se destaca.

Os pesquisadores, porém, enfatizam que essa é uma forma extrema de adaptação e, sem a presença dos cupinzeiros, a espécie não sobreviveria sem essa estratégia. Agora, eles querem analisar a fauna brasileira e entender se isso acontece por aqui.

Via Olhar Digital

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