As empresas estatais registraram déficit de R$ 698 bilhões em abril, informou o Banco Central (BC) nesta quarta-feira (29).
O déficit ocorre quando as despesas superam as receitas. Em caso contrário, há superávit.
Apesar do resultado, as contas do setor público consolidado (governo, Estados, municípios e estatais) tiveram superávit primário de R$ 6,7 bilhões em abril.
Nos últimos 12 meses, porém, o setor público acumula saldo negativo de R$ 266,5 bilhões, o equivalente a 2,40% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O número é 0,11 ponto percentual (p.p.) superior ao déficit acumulado nos doze meses até março.
Segundo o relatório do BC, o superávit de abril só foi possível por conta do desempenho das contas do governo federal, já que Estados, municípios e empresas estatais ficaram no vermelho.
Para este ano, a meta do governo Lula é zerar o déficit primário. No entanto, a nova regra do arcabouço fiscal permite tolerância de 0,25 p.p. no objetivo — isso autoriza variação de até quase R$ 29 bilhões para cima ou para baixo do valor estabelecido.
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Ou seja, o setor público pode ficar no vermelho em até R$ 42 bilhões sem que a meta seja oficialmente descumprida.
Dívida pública
Segundo o BC, a dívida pública consolidada do país também subiu e chegou a 76% do PIB em abril – o equivalente a R$ 8,4 trilhões. No mês passado, o número tinha sido de 75,7% do PIB.
O patamar é o maior desde abril de 2022, quando chegou a 76,3% do PIB.
A dívida pública subiu 4,3 p.p. durante o governo Lula. No fechamento de 2022, o número era de 71,7%.
Um dos motivos está na chamada PEC da Transição e no novo arcabouço fiscal — regras que aumentaram os gastos públicos em cerca de R$ 170 bilhões por ano.
No relatório, o BC atrela o aumento da dívida em abril às despesas com juros e à desvalorização cambial.
Apesar do novo arcabouço, analistas do mercado financeiro estimam no último Boletim Focus que a dívida líquida do setor público deve chegar a 63,8% do PIB em 2024.