As estatais brasileiras registraram déficit de R$ 2,69 bilhões no primeiro quadrimestre de 2025, conforme dados divulgados nesta sexta-feira, 30, pelo Banco Central (BC), no relatório Estatísticas Fiscais. É o pior resultado para o período desde o começo da série histórica, em 2002.
As estatais federais acumularam déficit de R$ 2,73 bilhões entre janeiro e abril, acima dos R$ 1,68 bilhão negativos registrados no mesmo intervalo de 2024. É o terceiro ano consecutivo de resultado negativo no primeiro quadrimestre. Já as estatais estaduais apresentaram superávit de R$ 573 milhões, enquanto as municipais tiveram déficit de R$ 532 milhões.

Apenas em abril, o déficit das estatais somou R$ 1,42 bilhão, também o maior já registrado para o mês. Do total, R$ 977 milhões referem-se às estatais federais e R$ 463 milhões às estaduais. Já as empresas municipais tiveram superávit de R$ 22 milhões.
Ministra explica déficit nas estatais
A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, afirmou em 23 de abril que a metodologia do Banco Central é de caráter fiscal e não leva em conta os dados contábeis completos das empresas.
“Se você procurar qualquer empresa privada, ninguém conhece o déficit, porque essa contabilidade só faz sentido na lógica fiscal, que é pegar exclusivamente as receitas daquele ano contra as despesas daquele ano”, disse a ministra.

Segundo ela, há companhias que aparecem com déficit nas estatísticas do BC, mas registraram lucro líquido, como o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev).
O Serpro teve lucro líquido de R$ 685 milhões em 2024, e a Dataprev, de R$ 508,2 milhões — abaixo dos R$ 598,6 milhões registrados em 2023. Esther disse que, das 19 estatais não dependentes vinculadas ao seu ministério, 11 tiveram déficit fiscal em 2024, conforme o BC, mas nove entre elas apresentaram lucro.