O Banco Central revelou que empresas estatais federais acumularam déficit de R$ 2,73 bilhões nos primeiros quatro meses de 2025, o maior valor desde o início da série histórica, há 23 anos. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira, 30.
Quando comparado ao mesmo período de 2024, o resultado negativo representa crescimento de 62,8%, conforme informações do relatório de estatísticas fiscais divulgado pelo Banco Central.
Durante o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o saldo das estatais federais foi deficitário em todos os anos: R$ 1,842 bilhão em 2023, R$ 1,678 bilhão em 2024 e R$ 2,73 bilhões em 2025.
No mês de abril, o rombo chegou a R$ 1,4 bilhão, configurando o pior desempenho já registrado nesse mês ao longo da série histórica da autarquia.
Divergência de dados do Banco Central
As divergências entre os dados do Banco Central e do governo federal decorrem das metodologias distintas: a autoridade monetária calcula o déficit pela variação da dívida, enquanto o Tesouro Nacional considera receitas e despesas pelo fluxo de caixa.
A autarquia, sem acesso a informações completas, compara os dados anuais para acompanhar a evolução do endividamento das estatais federais ao longo do tempo.
A ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, explicou que algumas empresas aparecem com déficit no Banco Central, mas, na verdade, tiveram superávit segundo dados do governo federal.
Dweck também destacou que a diferença ocorre porque o Banco Central inclui menos empresas na conta do que as dezenove monitoradas pelo governo. “Se você procurar qualquer empresa privada, ninguém conhece o déficit, porque essa contabilidade só faz sentido na lógica fiscal, que é pegar exclusivamente as receitas daquele ano contra as despesas daquele ano”, afirmou Dweck em 23 de abril.