Os Estados Unidos comprometeram-se, neste sábado, 2, com a ideia de eliminar gradualmente as usinas termoelétricas a base de carvão, um dos grandes fatores para o chamado “aquecimento global”.
John Kerry, o enviado especial dos EUA à 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP28), que ocorre nos Emirados Árabes, anunciou que o país estava se juntando à Powering Past Coal Alliance. Isso significa que a administração Biden se compromete a não construir novas usinas de carvão e a eliminar gradualmente as usinas existentes. O representante norte-americano não estipulou nenhuma data para desativar as usinas ainda em funcionamento.
“Trabalharemos para acelerar a eliminação progressiva do carvão em todo o mundo, construindo economias mais fortes e comunidades mais resilientes”, disse Kerry, na COP28. “O primeiro passo é parar de agravar o problema: parar de construir novas centrais termoelétricas a base de carvão.”
Em outubro, pouco menos de 20% da eletricidade dos EUA era alimentada por carvão, de acordo com o Departamento de Energia dos EUA. A quantidade de carvão queimado nos Estados Unidos no ano passado corresponde a menos da metade do nível de 2008.
Alemanha vai na contramão dos Estados Unidos e recorrem ao carvão
“De alguma forma, a Alemanha, um país onde o governo está fortemente comprometido com a energia limpa, está se preparando para acender as usinas de energia a carvão”, escreve J.D. Tuccille, em artigo publicado na Edição 120 da Revista Oeste.
Berlim tomou essa decisão depois is de enfrentar uma crise energética.
Esse movimento é ainda mais impressionante, considerando que representantes do governo teimam em não reativar as mofadas usinas nucleares, ou mesmo reconsiderar o calendário para aposentar as que continuam ativas. É uma situação espantosa para uma nação que muito recentemente anunciou que logo atenderia a todas as suas necessidades de energia com luz do sol e brisas de verão.
“Um projeto que oferece a base legal para queimar mais carvão para gerar energia está percorrendo seu caminho no Parlamento, com o objetivo de impulsionar a produção das chamadas usinas de reserva, que são usadas de forma irregular para estabilizar o sistema e estão programadas para desativação nos próximos anos”, informou a agência pública de notícias Deutsche Welle, no ano passado.
O ministro da Economia alemão, Robert Habeck, descreveu sua política energética como “uma espécie de queda de braço” com o presidente russo, Vladimir Putin, acrescentou o Deutsche Welle, em referência à redução no fornecimento de gás natural feita pela Rússia para os países que impuseram sanções depois da invasão da Ucrânia.”
A retaliação de Putin contra a Europa Ocidental elevou os preços da energia e aumentou as preocupações com os meses escuros que virão depois de um inverno frio. Mas, assim como as mazelas dos preços dos combustíveis nos Estados Unidos, os problemas da Alemanha são anteriores à guerra na Ucrânia e estão intimamente ligados aos objetivos da classe política do país sobre o futuro da energia, na ausência de um plano realista para atingi-los.
Em 2011, depois que um terremoto e um tsunami desencadearam um desastre na Usina de Energia Nuclear de Fukushima Daiichi, o governo alemão renovou seu compromisso de fechar todas as usinas nucleares e obter eletricidade com o vento e a luz solar. A decisão foi motivada pelos medos públicos em relação à energia nuclear, mas também pela forte insistência em que essa fonte de energia não tem lugar em um futuro sustentável.
Revista Oeste, com informações da Associated Press