segunda-feira, setembro 23, 2024
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Esta pequena criatura é imune aos microplásticos

De acordo com estudos recentes, a quantidade de microplásticos nos oceanos aumentou em 50% nos últimos 20 anos. Estas partículas acabam sendo ingeridas pelos animais e podem levar à morte de diversas criaturas marinhas. No entanto, um minúsculo organismo é imune aos microplásticos.

Capacidade de se “esquivar” das partículas

De acordo com uma equipe liderada pela zoóloga Flávia de França, da Universidade Federal de Pernambuco, os tardígrados não são prejudicados pela ingestão destas substâncias. A conclusão é fruto de uma análise dos sedimentos coletados de uma praia na costa nordeste do Brasil.

Dentro dessas amostras, os pesquisadores encontraram 5.629 organismos, incluindo nematóides, vermes, platelmintos, camarões, crustáceos e tardígrados. Essas criaturas foram mantidas em tanques projetados para imitar o ambiente natural, junto com 100 gramas de sedimentos contendo vários graus de partículas de plástico.

Tardígrados são conhecidos por serem “imortais” (Imagem: 3Dstock/Shutterstock)

A análise revelou que todos os animais engoliram os microplásticos, exceto os tardígrados, que parecem ter a capacidade incomum de se “esquivar” dessas partículas. Segundo os cientistas, isso pode ser explicado pela estrutura do aparelho de alimentação do pequeno organismo, que inclui um tubo bucal com um estilete usado para perfurar e sugar, em vez de ingerir presas inteiras.

Ainda de acordo com os pesquisadores, esta seria mais uma incrível capacidade destes pequenos animais, que já são conhecidos por sobreviverem em condições extremas, inclusive em locais com alto nível de radiação e até no espaço. A descoberta foi descrita em pesquisa publicada na revisa PeerJ Life and Environment.

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Microplásticos já foram encontrados em diversos órgãos humanos (Imagem: Deemerwha studio/Shutterstock)

Riscos dos microplásticos

  • Os microplásticos são pequenas partículas sólidas de materiais baseados em polímero com menos de cinco milímetros de diâmetro.
  • Além de levar milhares, ou até milhões de anos para se decompor, elas estão espalhadas por todo o planeta, inclusive na própria água potável.
  • Essas substâncias podem ser divididas em duas categorias: primárias e secundárias.
  • Os primários são projetados para uso comercial: são produtos como cosméticos, microfibras de tecidos e redes de pesca.
  • Já os secundários resultam da quebra de itens plásticos maiores, como canudos e garrafas de água.
  • Este tipo de material já foi detectado em diversos órgãos humanos, sendo encontrados no sangue, cérebro, coração, pulmões, fezes e até mesmo em placentas.
  • Embora os impactos à saúde humana ainda não sejam totalmente conhecidos, experimentos indicam que as substâncias podem ser consideradas um fator ambiental para a progressão de doenças, como o Parkinson.
  • Recentemente, estudos sugeriram que a exposição aos microplástiscos pode, inclusive, afetar a produção de espermatozoides nos testículos, contribuindo para o declínio da fertilidade.

Via Olhar Digital

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