Atualmente, o lítio é considerado um dos minerais mais importantes do mundo. Usado para o desenvolvimento das baterias de veículos elétricos, por exemplo, ele também está envolvido em uma intensa disputa geopolítica. Isso porque as maiores reservas estão na China e o Ocidente busca formas de reduzir a dependência em relação ao país asiático. Neste cenário, a descoberta de enormes depósitos de lítio pode mudar o futuro de um pequeno país europeu.
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Depósitos gigantescos de lítio e discussões acaloradas
Estamos falando da Bósnia e Herzegovina. No país, de pouco mais de 3 milhões de habitantes, foram localizadas reservas contendo cerca de 1,5 milhão de toneladas de carbonato de lítio, além de 94 milhões de toneladas de sulfato de magnésio e 17 milhões de toneladas de boro.
Os depósitos podem reacender uma economia que está praticamente estagnada desde a sangrenta guerra do início da década de 1990 e que fez parte do processo de desintegração da antiga Iugoslávia. Mas os impactos ambientais surgem como um obstáculo.
A exploração dos recursos foi classificada como “uma oportunidade de desenvolvimento que não deve ser perdida”. Mas em dezembro do ano passado, a Câmara de Vereadores de Lopar votou uma moção contra o projeto. O prefeito da pequena cidade diz que mais de 90% dos habitantes têm medo de vazamentos de materiais tóxicos.
Grupos ambientalistas também lançaram uma petição contra a instalação de uma mina no local. Eles destacam o potencial risco de poluição das águas subterrâneas e do ar.
Na vizinha Sérvia, protestos em massa contra uma mina de lítio da Rio Tinto, perto da fronteira com a Bósnia, levaram o governo a revogar as licenças para o projeto multibilionário em 2022.
Pressão externa
- Segundo a subsidiária bósnia da mineradora suíça Arcore AG, que ficaria responsável pela exploração, os trabalhos garantiriam receitas anuais de US$ 1,1 bilhão (quase R$ 6 bilhões) e criariam mil empregos diretos e mais de mil indiretos.
- O objetivo é exportar cerca de 10 mil toneladas de carbonato de lítio anualmente até 2032, o suficiente para produzir entre 150 mil e 200 mil baterias.
- Tudo isso em meio ao cenário de substituição de carros movidos a combustíveis fósseis por veículos elétricos na União Europeia.
- O bloco, que hoje depende fortemente da China, espera ser capaz de extrair 10% das matérias-primas críticas do próprio continente até o final da década.
- Dessa forma, a Bósnia inclusive se candidata à adesão à UE.
- E com certeza isso serviria como uma pressão adicional para a liberação da exploração dos minerais no país.
- As informações são da Tech Xplore.