Durante a audiência pública sobre o projeto de lei para a privatização da Sabesp, militantes de esquerda invadiram o plenário da Câmara Municipal de São Paulo e causaram tumulto. Um homem foi detido por agentes da Guarda Civil. O incidente ocorreu nesta quarta-feira, 17.
A sessão começou por volta das 11h. Em meio aos “protestos”, um militante do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) avançou contra os vereadores e bateu no balcão. Diante do ocorrido, um dos parlamentares acionou os guardas da GCM, que retiraram o homem do plenário. Ele teve de ser imobilizado no local e, posteriormente, foi encaminhado para o 8º Distrito Policial (Brás).
O vereador Rubinho Nunes (União Brasil), que é presidente da Comissão de Política Urbana e Meio Ambiente da Casa e relator da comissão especial que trata da desestatização, disse a Oeste que as tentativas dos esquerdistas de atrapalhar o processo de privatização da empresa refletem a falta de cuidado dos militantes com a população mais pobre.
“Os mesmos esquerdistas, que dizem defender os pobres, não parecem se importar com o pobre andando no esgoto”, disse o vereador. “Segundo o Instituto Trata Brasil, cerca de 2,5 milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo não têm serviços de esgotamento sanitário. A pauta da privatização da Sabesp foi amplamente debatida nas eleições de 2022, e a vitória do governador Tarcísio de Freitas deixou claro que a população paulistana aprova a política de privatização de estatais.”
A primeira votação do projeto está marcada para esta quarta-feira. A segunda votação ainda não tem data e só poderá acontecer depois das audiências públicas, conforme decidido pelo presidente da Câmara Municipal.
Relatório de vereadores lista benefícios da privatização da Sabesp
A comissão especial que trata sobre a privatização da Sabesp na Câmara Municipal produziu um relatório que apoia a venda da estatal. O documento foi apresentado aos vereadores em 21 de março.
De acordo com os vereadores, a venda da Sabesp deve fortalecer a empresa. Além disso, vai assegurar a “universalização do serviço de saneamento básico”. A comissão cita uma série de expectativas positivas com a venda da estatal.
Conforme o relatório, cerca de 395 mil domicílios serão integrados à rede de esgoto até 2029, fornecendo acesso à agua tratada a 332 mil domicílios através da venda de ações planejadas pelo governo do Estado.