sábado, junho 7, 2025
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Esquerda da França critica concessão de honoris causa a Lula

Alas da esquerda na França manifestaram suas críticas à concessão do título de doutor honoris causa ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por parte da Universidade Paris-VIII, especialmente do jornal Libération, referência da esquerda no país.

O editorial do veículo, publicado na terça-feira 3, manifestou “surpresa e tristeza” diante da escolha. A universidade celebrou a entrega ao petista em cerimônia nesta sexta-feira, 6.

No texto, o Libération destaca a postura considerada ambígua de Lula diante da guerra na Ucrânia. Menciona também a equiparação feita pelo presidente entre o país agressor e o país invadido.

O jornal ainda citou a participação do petista no desfile militar realizado em 9 de maio na Praça Vermelha, em Moscou, ao lado de líderes como Vladimir Putin, da Rússia, e Xi Jinping, da China. Segundo o editorial, o evento associou a invasão da Ucrânia à luta contra o nazismo.

Questionamentos sobre a escolha de Lula

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, Janja Lula da Silva, Presidente da França, Emanuel Macron, e Brigitte Macron na Torre Eiffel iluminada com as cores do Brasil
Lula, Janja, Emanuel Macron e Brigitte Macron na Torre Eiffel iluminada com as cores do Brasil | Foto: Ricardo Stuckert/PR

O editorial afirmou que “a realpolitik ou a defesa, ainda que legítima, do multilateralismo e do Sul Global não justificam tudo”. Para a publicação, a escolha de Lula para a homenagem é algo questionável diante do atual cenário internacional, especialmente por sua aproximação com governos autoritários.

O texto sugere que, diante da intenção de fortalecer relações com o Brasil, a universidade poderia escolher outras personalidades políticas, acadêmicas ou artísticas para receber a honraria.

Apesar de ainda ressaltar a trajetória de Lula como “símbolo da resistência democrática”, o editorial conclui que, diante do contexto geopolítico atual, a entrega do título a ele é “altamente contestável”. Opina ainda que o movimento reflete o ceticismo de parte da esquerda europeia quanto à atuação internacional do presidente brasileiro.

O Libération, criado em 1973 por Jean-Paul Sartre e Serge July, é reconhecido pela atuação crítica desde os protestos de maio de 1968. O jornal tem papel de destaque entre os veículos de esquerda franceses.

Via Revista Oeste

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