Para humanos, espirros são associados a algo ruim. Gripe, resfriado, alergia… mas não para as estrelas. Astrônomos descobriram a existência de “espirros estelares” em um conjunto de estrelas bebês. A conclusão é que isso não é nada ruim: o fenômeno é essencial para que os corpos celestes menores possam se desenvolver.
Espirros das estrelas
Os “espirros”, na verdade, são parte essencial do desenvolvimento das protoestrelas (um protótipo de estrela, ou seja, que possivelmente virá a se tornar uma).
Primeiro, temos que entender a composição e o processo de formação das estrelas:
- As protoestrelas são formadas de nuvens de gás e poeira estelar que se acumulam em um aglomerado;
- Eventualmente, elas colapsam e se tornam protoestrelas cercadas por um disco protoestelar;
- Esse processo de acúmulo de massa contínua absorve ainda mais matéria dos arredores, até que a pressão no núcleo seja tão grande que provoque uma fusão nuclear – o que aconteceu com nosso Sol, há bilhões de anos;
- Assim, nasce uma estrela – e ela vem acompanhada de seu campo magnético.
Mas há um problema
Quando a estrela finalmente se forma, o campo magnético ao redor delas é muito maior do que o das protoestrelas. No entanto, isso já não é mais necessário para sua formação (afinal, a estrela já está formada) e precisa ser expelido.
É aí que entram os “espirros”: uma tentativa das estrelas bebês de expelir energia indesejada, auxiliando no seu próprio desenvolvimento.
Como a descoberta sobre as estrelas foi feita
A descoberta dos “espirros” foi feita por uma equipe de cientistas da Universidade de Kyushu, no Japão. Eles usaram o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) para estudar os discos de gás e poeira ao redor das estrelas bebês.
Então, eles quiseram descobrir o mecanismo por trás do fluxo magnético desses astros e, para isso, analisaram um berçário estelar a cerca de 450 anos-luz da Terra.
Daí surgiu a descoberta do que eles chamaram de “espirros”: durante a observação, eles perceberam estruturas parecidas com espinhos partindo do disco protoestrelar e descobriram que se tratavam de fluxo magnético, poeira e gás expelido. Ou seja, a estrela estaria garantindo que seu ambiente esteja propício para o desenvolvimento.
Segundo o site Space.com, a esperança da equipe é que as novas informações ajudem outros astrônomos a entender como e quais as condições nas quais esses astros se formam.