Espelhos podem ajudar a salvar plantas ameaçadas de extinção em florestas cujo solo é coberto por sombras. Cientistas se basearam em um método já utilizado – que consiste em usar materiais reflexivos para direcionar mais luz do sol às plantas – para cultivar mudas da árvore Serianthes nelsonii, que está entre as mais raras do mundo.
Entenda:
- Cientistas usaram espelhos para cultivar árvores ameaçadas de extinção nas ilhas de Guam e Rota;
- As ilhas abrigam a raríssima Serianthes nelsonii, cujo desenvolvimento é afetado pela baixa incidência de luz solar no chão das florestas;
- Para solucionar o problema, a equipe colocou anéis cobertos por espelhos para direcionar a luz do sol às plantas;
- Como resultado, as plantas com espelhos ficaram maiores e sobreviveram por mais tempo do que as demais;
- O estudo foi publicado no Agronomy, e um comunicado está disponível no EurekAlert.
As S. nelsonii só podem ser encontradas nas ilhas de Guam e Rota, nas Ilhas Marianas, e mesmo que muitas mudas da árvore surjam no solo das ilhas anualmente, a baixa incidência de luz solar nas florestas faz com que pouquíssimas delas consigam sobreviver por mais de um mês e, de fato, se desenvolver completamente.
Espelhos podem aumentar longevidade de árvores em florestas
Para o estudo, a equipe usou pequenos anéis cobertos por espelhos hexagonais que foram colocados no solo, circulando mudas de S. nelsonii em um viveiro sombreado em Guam e em uma floresta nas Filipinas. Para controlar o crescimento das mudas, metade dos espelhos foi coberta com uma camada de serrapilheira (restos de plantas secas e outros materiais orgânicos encontrados no solo das florestas).
Como descrevem os pesquisadores, os espelhos descobertos refletiram mais de 70% da luz solar, possibilitando tanto um crescimento 175% maior quanto uma taxa de sobrevivência 161% superior à das plantas com espelhos cobertos.
“Os resultados indicam que o uso de superfícies reflexivas abaixo da planta pode ser facilmente adotado como um componente barato para gerenciar estoques produzidos em viveiros de conservação e aumentar a probabilidade de recrutamento in situ aprimorado”, ressalta a equipe no artigo publicado no Agronomy em agosto.