A formação de corredores de umidade na região Sudeste intensificará as chuvas ao longo de fevereiro. Esses fenômenos, conhecidos como Zonas de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), criam condições propícias para precipitações volumosas e frequentes.
Um novo episódio da ZCAS deve provocar chuvas intensas em diversas áreas do Brasil. A expectativa é que São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro registrem um aumento expressivo no volume de precipitação.
A ZCAS se estende do Norte ao Sudeste do país. Ela está associada a uma baixa pressão atmosférica que se fortaleceu na costa paulista. Esse cenário favoreceu a atração de umidade para a região e potencializou a formação de chuvas intensas.
Segundo dados da Climatempo, a previsão para o Sudeste indica um acumulado de 200 a 300 milímetros de chuva em apenas quatro dias. Esse valor normalmente seria esperado para todo o mês de fevereiro.
A meteorologista Heloísa Pereira, em entrevista à CNN Brasil, explicou que o padrão climático do verão mantém a tendência de pancadas de chuva alternadas com dias quentes.
“A combinação de calor intenso e alta disponibilidade de umidade favoreceu chuvas mais frequentes e volumosas na região Sudeste do Brasil”, destacou Heloísa. “Especificamente no último fim de semana observamos o aumento da chuva associado com a formação do fenômeno [ZCAS] bastante típico para essa época do ano.”
O meteorologista Luiz Fernando, da Tempo OK, destacou que esse sistema meteorológico forma um corredor de nebulosidade. Ele mantém nuvens carregadas por pelo menos três dias consecutivos. A previsão indica que a ZCAS perderá força nos próximos dias. Assim, o sol deve retornar.
“Trata-se de uma faixa de nebulosidade, comum nesta época do ano, que mantém as nuvens de chuva por, pelo menos, três dias consecutivos”, disse Fernando.
Chuvas devem mudar a configuração
A partir de quarta-feira 5, a configuração das chuvas deve mudar. A precipitação se deslocará para o Sul do Brasil, especialmente para Santa Catarina e Paraná. No Sudeste, o norte de Minas Gerais terá menor probabilidade de chuva. O interior e o oeste paulista seguirão com maior potencial para pancadas e tempestades isoladas.
Sobre a influência do fenômeno La Niña, especialistas apontam que ele interfere mais nas chuvas do extremo Norte e Sul do país. No Sudeste, a relação não é tão clara.
“Apesar do resfriamento das águas na região do Pacífico Central, a atmosfera não está acoplada e não está respondendo a esse resfriamento, portanto, não dá para atribuir ao La Niña, o padrão de chuvas atua”, afirmou Fernando.