O século 21 tem sido marcado por mudanças significativas em várias esferas da sociedade. Uma delas, por exemplo, é o uso da internet e a forma como as pessoas a utilizam para transmitirem informações. Essas transformações também chegaram em outras esferas, como a política. Candidatos, que têm poucos recursos, têm utilizado as redes sociais para divulgarem seus trabalhos em campanhas políticas.
O estrategista digital Rogerio Cupti destacou a importância das redes sociais em campanhas eleitorais. Em entrevista na edição desta segunda-feira, 14, do Jornal da Oeste, ele afirmou que a internet “é essencial para chegar nas casas das pessoas, onde a mídia tradicional não quer chegar, nem entregar seus conteúdos”.
“As redes sociais mantêm a essência das pessoas na internet”, afirmou Cupti. “Todos podem expressar o que melhor sentem dos candidatos. A maioria dos usuários tende a manifestar uma verdade, não esconde em quem vai votar.”
Censuras nas redes sociais
Da mesma forma que a internet tem contribuído para os impulsionamentos de campanhas eleitorais, muitos políticos têm reclamado das censuras impostas pelo Poder Judiciário. “Muitos têm medo de expressar-se por causa das retaliações”, disse Cupti. “Alguns temem pela punição mais pesada, que é a privação de liberdade.”
Cupti também falou de sua experiência de ter trabalhado com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022. “Nos censuraram por várias vezes”, contou. “Não podíamos chamar um ladrão de ladrão.”
Em virtude disso, tiveram de criar outra rede, o “Bolsonaro TV”. “Nossa ideia era ter a liberdade de mandar a mensagem do ex-presidente por meio de uma rede própria”, afirmou. Segundo ele, não poderiam depender de uma rede que poderia ser censurada.
Candidatos que se fortaleceram nas mídias sociais
Um exemplo de candidatos cujas redes sociais contribuíram na campanha eleitoral nas eleições de 2024 é Lucas Pavanato (PL). Ele foi o candidato a vereador mais bem votado do Brasil, com 161,3 mil votos em São Paulo.
A Oeste, Pavanato disse que as mídias dão às pessoas “a chance de se identificar com aquilo que realmente pensam”. Em outras épocas, “havia uma hegemonia que blindava e impedia que as pessoas realmente expressassem as próprias opiniões”, afirmou o vereador eleito.
Outro exemplo é Cristina Graeml (PMB), candidata à Prefeitura de Curitiba (PR). Ela conseguiu 291,5 mil votos e está no segundo turno contra Eduardo Pimentel (PSD). Cristina Graeml afirmou que não teve tempo de televisão e contou poucos recursos financeiros. As redes, para a candidata, foram o ponto forte que a permitiu estar no segundo turno.