A Espanha defendeu neste domingo, 25, a adoção de um embargo à venda de armas para Israel. A medida visa pressionar o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a encerrar os conflitos na Faixa de Gaza e permitir a entrada irrestrita de ajuda humanitária no território palestino.
Quem apresentou a proposta foi o ministro de Assuntos Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, durante reunião do Grupo de Madri. O bloco envolve países europeus, árabes e também o Brasil. Além do embargo, Albares sugeriu que a comunidade internacional discuta a adoção de outras sanções contra Israel.
Espanha aumenta a pressão internacional
O encontro ocorre em meio ao aumento da pressão internacional sobre Israel, inclusive de aliados históricos, depois da intensificação das operações militares contra o Hamas em Gaza. O conflito começou em seguida aos ataques do grupo terrorista contra Israel em 7 de outubro de 2023, que desencadearam a atual guerra.
O bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza agravou a crise humanitária no território. Embora tenha sido flexibilizado nas últimas semanas, a entrada de alimentos, água, combustível e medicamentos continua abaixo do necessário, conforme avaliação de organizações humanitárias.
Entre os países participantes do encontro estavam Espanha, França, Alemanha, Reino Unido, Itália, Noruega, Islândia, Irlanda, Eslovênia, Egito, Jordânia, Arábia Saudita, Turquia e Marrocos, além do Brasil, da Liga Árabe e da Organização para a Cooperação Islâmica.
Albares afirmou que a guerra promovida por Israel em Gaza é “desumana” e “sem sentido”. Além disso, afirmou que a ajuda humanitária deve entrar no território de forma “maciça, sem condições e sem controle israelense”.
O chanceler espanhol classificou Gaza como a “ferida aberta da humanidade” e criticou o silêncio internacional diante do conflito. “Silenciar é ser cúmplice desse massacre”.
A proposta ocorre dias depois de a União Europeia decidir revisar seu acordo de cooperação comercial com Israel. Segundo informou o jornal Folha de S.Paulo, Albares confirmou que a Espanha irá solicitar a “suspensão imediata” desse acordo, como forma de aumentar a pressão diplomática.